Estudantes querem Homeopatia e Acupuntura no currículo de cursos de Medicina

São Paulo, 07/06/2005 – Boletim nº 1641

Estudantes querem Homeopatia e Acupuntura no currículo de cursos de Medicina

Da Redação, Agência USP

Uma pesquisa feita com 484 alunos de graduação da Faculdade de Medicina (FM) da USP revelou que 56% dos entrevistados estão interessados em aprender Acupuntura e Homeopatia. O estudo, publicado no São Paulo Medical Journal, aponta que 85% dos estudantes querem que as especialidades integrem os cursos médicos, seja de forma opcional (72%) ou obrigatória (19%). As duas disciplinas integram o currículo da FM desde 2002, como matérias optativas.

Coordenado pelo médico homeopata Marcus Zulian Teixeira, doutorando do Departamento de Clínica Médica da FM, o estudo avaliou as atitudes dos alunos diante da inserção da Homeopatia e Acupuntura no currículo. “No Brasil, apesar das duas especialidades serem oficializadas desde 1980 e 1995, elas não são ensinadas na maioria das faculdades de Medicina”, explica. “Os futuros médicos são privados de práticas de baixo custo, sem efeitos colaterais e que podem ser usadas em inúmeras doenças crônicas.”

Apesar de 76% dos entrevistados terem nenhum ou pouco conhecimento sobre Homeopatia e Acupuntura, 67% atribuíram algum grau de eficácia às terapêuticas, tendo como principais indicações as doenças crônicas, isoladamente (37%) ou englobando também as doenças agudas (29%). A pesquisa foi feita junto a alunos do primeiro ao sexto ano da FM, sendo 59% do sexo masculino e 40% do feminino.

Aplicação
Os entrevistados responderam um questionário sobre o interesse no aprendizado dessas práticas, forma de ensino, nível de conhecimento e forma de aquisição. Também foi perguntada a experiência com Acupuntura e Homeopatia em si próprios ou em pessoas próximas, principais indicações e eficácia geral, além da possibilidade de oferecimento e integração junto aos serviços públicos de saúde.

Entre os alunos pesquisados, 35% defenderam a incorporação da Homeopatia e da Acupuntura nos serviços públicos de saúde, enquanto que 34% defenderam a disponibilização também em hospitais. A possibilidade de integração com a prática médica tradicional é aceita por 60% dos entrevistados.

Segundo Marcos, o levantamento confirma estudos semelhantes aplicados em outros países, que mostram o interesse dos estudantes de Medicina no aprendizado de práticas não-convencionais em saúde. “Os resultados apontam a necessidade de incorporação dessas disciplinas aos currículos das faculdades de Medicina do Brasil,” conclui.

Fonte: Assessoria de Imprensa da FMUSP

Mais informações: (0XX11) 3083-5243, com Marcos Zulian Teixeira

Fonte: http://www.usp.br/agen/bols/2005/rede1641.htm#segdestaq