Expointer 2005: Palestras abordam uso da homeopatia e nova regulamentação do diagnóstico de brucelose e tuberculose

Publicação 28.08.2005 às 09:23

Expointer 2005: Palestras abordam uso da homeopatia e nova regulamentação do diagnóstico de brucelose e tuberculose

No segundo dia do Ciclo de Palestras do Rincão da Pesquisa (30.08), promovido pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), a homeopatia em rebanhos e a nova regulamentação quanto o diagnóstico de brucelose e tuberculose são os assuntos abordados por veterinários na 28ª Expointer. As apresentações começam às 10h, na quadra 13 do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).

O primeiro trabalho mundial de homeopatia realizado em animais de produção foi realizado no Brasil em 1989 pelo pesquisador Cláudio Martins Real, que vai apresentar a utilização do tratamento incorporado em suplementos minerais, um método terapêutico que a médio prazo estimula as células de defesa do animal. Atualmente sediado em Campo Grande, Real é ex-professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), instituição na qual iniciou os primeiros estudos sobre o tema há mais de quatro décadas.

Segundo Real, os primeiros resultados podem ser observados com 60 dias de utilização da homeopatia. Outra vantagem apontada pelo veterinário é a redução do estresse do manejo provocado pelos tratamentos químicos feitos no curral.

O mercado brasileiro já conta com núcleos homeopáticos para o controle das principais doenças da pecuária de corte e leite, como as verminoses, carrapatos, mosca-de-chifre, mastite e estímulo à fertilidade nas fêmeas em reprodução.

Um outro destaque do Ciclo de Palestras é a orientação sobre a nova regulamentação para o diagnóstico da brucelose e da tuberculose nos rebanhos. De acordo com a veterinária Maria Angélica Zollin de Almeida, a Instrução Normativa de número 59 da Secretaria de Defesa Agropecuária determina que a partir de agosto somente os profissionais credenciados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) poderão comprar os antígenos para o combate às moléstias. Com a nova diretriz, os veterinários precisam comprovar ter todos os equipamentos necessários para a execução dos testes com os animais e domínio da padronização dos procedimentos de trabalho.

A brucelose, causada pela bactéria Brucella abortus, atinge especialmente os bovinos, provocando distúrbios reprodutivos tais como partos prematuros, retenção de placenta, endometrites e abortos, com freqüência no sétimo mês de gestação. As principais vias de contaminação são água, alimentos e pastos infectados com restos de placentas, sangue e líquidos de abortos. Mas as transmissões pela monta com touros contagiados ou por meio da inseminação artificial também são possíveis. É que os machos infectados apesar de não terem sintomas tão evidentes quanto as fêmeas, conseguem hospedar a bactéria, desenvolvendo outros sinais, como as orquites e epididimites uni ou bilaterais. No caso da inseminação, a bactéria resiste ao congelamento e ao descongelamento juntamente com o sêmen. Entre os cuidados que os pecuaristas devem ter estão a imunização com a vacina B19 e os exames periódicos para monitorar possíveis bovinos contaminados.

Nos animais portadores da tuberculose bovina, há a presença de lesões nodulares denominadas tubérculos. Essas lesões podem ser localizadas em qualquer órgão do animal. No entanto, os sintomas aparecem, geralmente, no estágio final da doença. O animal também costuma sofrer grande perda de peso e da produção de leite, podendo apresentar inflamação da glândula mamária. A transmissão mais comum ocorre pelo ar. Contudo a bactéria Micobacterium bovis pode ainda ser transmitida por via entérica (pelo intestino). Como na brucelose, o tratamento preventivo é a melhor alternativa.

A segunda edição do Ciclo de Palestras do Rincão da Pesquisa acontece de segunda a sexta, sempre com entrada franca.

Jornalista responsável:
Clarissa Bem (MtB 8524/RS)
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Fonte: http://www.fepagro.rs.gov.br/conteudo/618/?Expointer_2005%3A_Palestras_abordam_uso_da_homeopatia_e_nova_regulamenta%C3%A7%C3%A3o_do_diagn%C3%B3stico_de_brucelose_e_tuberculose