Medo causa excesso de exames e tratamentos, afirma médica inglesa – Folha de São Paulo – 10/08/2019

Prezados Homeopatas e Amigos,

Reiterando os alertas de Samuel Hahnemann para os riscos do uso indiscriminado de medicamentos em sua época (final do século XVIII), responsável pelo surgimento de inúmeros efeitos colaterais, novas doenças e o agravamento da saúde dos pacientes em geral, situação que o mobilizou a elaborar o método de tratamento homeopático, foi publicado hoje no jornal Folha de São Paulo a matéria “Medo causa excesso de exames e tratamentos, afirma médica inglesa”, relatando a ponderação de uma profissional consciente e ética para um problema que ocorre há séculos na medicina:

https://www.homeozulian.med.br/homeozulian_visualizarinteressegeral.asp?id=129

Alertando que o “uso indiscriminado de remédios acaba por impulsionar o lucro de empresas de saúde”, Iona Heath, médica clínica geral inglesa e ex-presidente do Royal College of General Practitioners, reitera os alertas e as críticas de inúmeros especialistas que acompanham seus pacientes por longo tempo e observam os nefastos efeitos colaterais das drogas na saúde dos mesmos, tais como os homeopatas e os médicos de família, dentre outros.

Segundo a reportagem, “na opinião de Heath, drogas deveriam ser usadas em situações onde são estritamente necessárias, porém, cada vez mais são utilizadas em doenças que nem existem, como pré-diabetes”. Como a médica enfatiza, “remédios no lugar certo são fantásticos, no lugar errado são perigosos”.

“Eu sou totalmente favorável aos remédios em situações nas quais são necessários, no caso de doenças graves e agudas, as pessoas podem ser salvas por eles. Mas a forma como temos tratado situações normais como se fossem doenças, aceitando limites cada vez mais estreitos para definir diabetes, hipertensão. Tristeza agora é depressão, medo da vida é depressão. Remédios no lugar certo são fantásticos, no lugar errado são perigosos”.

Trazendo uma análise clara e lúcida do atual momento de excessiva prescrição de medicamentos por grande parte da classe médica, sem necessidade, Heath descreve a ‘medicalização da vida’ como uma “tragédia”.

“A medicalização sistemática do sofrimento humano comum se transformou em uma epidemia, que infla ativamente o medo. Problemas pessoais ou sociais são transformados em problemas médicos, como em casos de depressão leve. Sintomas benignos são tratados como doença grave, como na síndrome do intestino irritável. Riscos são conceituados como doenças, como a redução da densidade óssea ou elevação da pressão arterial. Quem trabalha no sistema de saúde tenta cuidar das pessoas mas não consegue fazer com que elas pensem mais sobre si mesmas, como lidar com seus problemas sem remédios”.

Quanto aos efeitos colaterais dos medicamentos, desprezados pela classe médica em geral, Heath alerta para os riscos dos mesmos, tanto para a saúde das pessoas quanto para o meio ambiente: “vamos ter que esperar um tempo para ver as consequências e os efeitos nefastos a longo prazo disso”.

“Se as pessoas tivessem ideia do risco envolvido, pensariam muito antes de tomar tantos remédios sem necessidade. É a primeira vez na história que as pessoas estão sendo medicalizadas nesse nível. Vamos ter que esperar um tempo para ver as consequências e os efeitos nefastos a longo prazo disso, não só na saúde humana mas no meio ambiente também. As pessoas jogam os remédios na privada, no lixo, isso tudo vai para os rios, para a terra”.

Assim como acontece com os aspectos climáticos e de conservação do meio ambiente, esses e outros alertas sobre a excessiva prescrição e uso de fármacos pela população são frequentemente levantados por profissionais e pesquisadores conscientes e éticos. No entanto, são minimizados e desprezados pela indústria farmacêutica e seus apoiadores.

Abraços,

Marcus Zulian Teixeira
www.homeozulian.med.br

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