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Entidades médicas reagem a livro de Natalia Pasternak que critica homeopatia e psicanálise: Em parceria com Carlos Orsi, “Que Bobagem!” trata como não científicas práticas populares no Brasil – Folha de São Paulo – 31 Julho 2023

por UIRÁ MACHADO

Diversas entidades médicas publicaram notas em defesa da homeopatia e de repúdio a declarações feitas pela microbiologista Natalia Pasternak em entrevistas de divulgação de seu novo livro.

Escrito em parceria com o jornalista Carlos Orsi, “Que Bobagem! Pseudociências e Outros Absurdos que Não Merecem Ser Levados a Sério” (ed. Contexto) classifica como não científicas práticas populares no Brasil, como homeopatia, astrologia, acupuntura e psicanálise.

Frasco de remédio homeopático – Oliver King/Pexels

A Associação Médica Homeopática Brasileira disse valorizar a “crítica aberta e respeitosa”, mas não “intervenções desprovidas de base técnica, sem o necessário conhecimento de causa”.

“A real ciência médica repele a desinformação, travestida de verdade por pseudossábios que pronunciam tolices e opiniões preconceituosas, sem nunca ter atendido um paciente ou produzido estudos de impacto médico e social”, afirma a entidade.

De acordo com a associação, “as evidências científicas sobre homeopatia e efeitos de altas diluições homeopáticas, inclusive em plantas, se acumulam e estão disponíveis para os que entendem de ciência”.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) reafirmou que a homeopatia é uma especialidade médica e que não há discussões para rever esse status.

Dias antes, o primeiro vice-presidente do CFM, Jeancarlo Cavalcante, tinha afirmado ao jornal O Estado de S. Paulo que o reconhecimento da especialidade poderia ser revisto.

Conselhos regionais de medicina também saíram em defesa da homeopatia.

Psicanalistas também têm escrito artigos em defesa da psicanálise. A Folha conversou com Ana Cláudia Zuanella, diretora da Febrapsi (Federação Brasileira de Psicanálise).

De acordo com ela, a psicanálise é, sim, uma ciência. “Não uma ciência dura, que implica refutações por meio de replicabilidade, mas uma ciência que engloba um conjunto de conhecimentos solidamente estabelecidos através de pesquisas clínicas e infindáveis debates teóricos”.

Zuanella lembra que a psicanálise está prestes a completar 150 anos e diz que, nesse período, “ela tem incessantemente mostrado sua eficácia, não no interior dos laboratórios, mas dentro do sujeito”.

Link para matéria no site da Folha:

https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/07/entidades-medicas-reagem-a-livro-de-natalia-pasternak-que-critica-homeopatia-e-psicanalise.shtml

Ebook: Falácias pseudocéticas e pseudocientíficas do “Contradossiê das evidências sobre a homeopatia” – Marcus Zulian Teixeira

Em vista da homeopatia estar fundamentada em pressupostos científicos distintos dos empregados pela prática médica convencional, frequentemente, é alvo de críticas infundadas disseminadas por indivíduos que, de forma sistemática, negam os princípios homeopáticos e qualquer evidência científica que os comprovem, por estarem envoltos em um negacionismo dogmático que impede uma análise correta e isenta de preconceitos. São ‘pseudocéticos’ disfarçados em ‘pseudocientistas’.

Para esclarecer médicos, pesquisadores, profissionais de saúde e a população em geral, desmistificando posturas dogmáticas culturalmente arraigadas e a falácia pseudocética de que “não existem evidências científicas para homeopatia”, em 2017, a Câmara Técnica de Homeopatia do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CT-Homeopatia, Cremesp) elaborou e publicou o “Dossiê Especial: Evidências Científicas em Homeopatia“, disponibilizado livremente na Revista de Homeopatia (São Paulo), periódico científico da Associação Paulista de Homeopatia (APH), em 3 edições independentes.

Englobando nove revisões narrativas em diversas linhas de pesquisa homeopática (histórico-social, educação médica, farmacológica, básicas, clínica, segurança do paciente e patogenética) e dois ensaios clínicos randomizados e placebos-controlados desenvolvidos por membros da CT-Homeopatia, contendo centenas de artigos científicos publicados em inúmeras revistas científicas indexadas e revisadas por pares, este dossiê destaca para a classe médica e científica, bem como para o público em geral, o estado da arte da pesquisa em homeopatia.

Incomodados com a excelência desse vasto corpo de evidências, em novembro de 2020, um grupo de pseudocéticos que compõe o Instituto Questão de Ciência (IQC) publicou um manuscrito irrisório e falacioso intitulado “Contradossiê das Evidências sobre a Homeopatia“, com o intuito de avaliar os artigos publicados no “Dossiê Especial: Evidências Científicas em Homeopatia” segundo “o melhor rigor científico” e “informar a população sobre o que a ciência diz a respeito da suposta eficácia da homeopatia”.

Infelizmente, nada disso ocorreu no citado manuscrito. Ao contrário do anunciado “melhor rigor científico” na análise dos artigos, o que se observa ao longo de todo o texto é um conjunto de críticas fundamentadas em conhecidas “estratégias pseudocéticas” para desmerecer e desqualificar determinado trabalho científico: tendência de negar, ao invés de duvidar; uso de ataques pessoais; tentativa de desqualificar proponentes de novas ideias taxando-os, pejorativamente, de pseudocientistas, promotores ou praticantes de ciência patológica; realização de julgamentos sem uma investigação completa e conclusiva; apresentação de evidências insuficientes ou não convincentes (ausência de provas); apresentação de contraprovas não fundamentadas ou baseadas apenas em plausibilidade, ao invés de se basearem em evidências; tendência de desqualificar toda e qualquer evidência; sugestão de que evidências não convincentes são suficientes para se assumir que uma teoria é falsa; tom vitriólico, calunioso ou depreciativo nos comentários; comentários não específicos e superficiais; divulgação na mídia de massa (não científica); dentre outras.

No atual livro digital (Falácias pseudocéticas e pseudocientíficas do “Contradossiê das Evidências sobre a Homeopatia”), evidenciamos essas estratégias pseudocéticas nos capítulos gerais do referido manuscrito e nas críticas desses “pesquisadores experientes e renomados em suas áreas de concentração” aos artigos de nossa autoria, despindo-os da falsa e hipócrita imagem de serem os “defensores da ciência”, como se autointitulam no referido contradossiê.

Em vista de que esses indicativos do pseudoceticismo contaminam todo o manuscrito, denotando a desprezível qualidade científica do mesmo, deixamos ao critério de cada autor do dossiê, citado ou não no contradossiê, a iniciativa de responder ou não às críticas dos autores.

Atenciosamente,

Marcus Zulian Teixeira – Editor do “Dossiê Especial: Evidências Científicas em Homeopatia