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Curso online: Tabela Periódica e o Reino Vegetal – 05/08/23 (sábado) – das 09:00 às 12:00h

Descrição

É possível chegar ao medicamento curativo de uma outra forma que não a clássica ou acrescentar uma visão adicional, proporcionando mais segurança na prescrição. Entendendo as características dos grupos e confirmando-as com os casos clínicos, é possível incorporar dentro de si próprio a essência, o espírito e percebê-lo mais facilmente, por ressonância, no discurso dos pacientes.

Sobre o curso

Descubra a Essência do Caso: Curso Online Tabela Periódica e o Reino Vegetal, com o Dr. Rubens Dolce Filho

Aprenda a desvendar a essência do caso e alcançar resultados surpreendentes! Apresentamos o curso “Tabela Periódica e o Reino Vegetal”, um programa de ensino a distância ministrado pelo Dr. Rubens Dolce Filho, destinado a profissionais da área médica e especialistas em homeopatia.

Neste curso inovador, você será guiado em uma jornada fascinante através dos princípios da homeopatia e da aplicação da Teoria dos Elementos da Tabela Periódica no Reino Vegetal. Nos dias 5 de agosto e 2 de setembro de 2023, durante duas sessões online, com um total de 6 horas de aula, você mergulhará em conhecimentos valiosos que revolucionarão sua prática.

A essência do caso é o foco central deste curso. Você descobrirá como identificar a ordem mais elevada do paciente, aquela que traz estrutura e torna os sintomas lógicos e coerentes. Essa essência pode ser encontrada na causa da doença ou em eventos aparentemente triviais que desestabilizam o paciente. Compreender essa essência é fundamental para trazer clareza às conexões internas do paciente e relacioná-las aos níveis e grupos da Tabela Periódica aplicada ao Reino Vegetal.

Ao longo dessas duas sessões, você explorará um conteúdo abrangente e relevante para sua prática homeopática. A introdução do Conceito da Tabela Periódica na Homeopatia abrirá as portas para uma compreensão mais profunda das relações entre os elementos químicos e os medicamentos homeopáticos.

No primeiro dia, focaremos no Reino Vegetal, abordando os filos Gymnospermae e Angiospermae, assim como a Classe Magnolianae. Você descobrirá as características e peculiaridades desses grupos, explorando suas relações com os medicamentos homeopáticos.

Além disso, teremos a oportunidade de analisar casos clínicos, aplicando os conhecimentos adquiridos e consolidando sua compreensão prática desses conceitos.

No segundo dia, mergulharemos na Classe Fabanae, juntamente com suas sub-classes, como Ranunculidae, Proteidae, Fabidae, Violales, Euphorbiales, Fagales, Leguminosae/Fabales, Rosales e Cucurbitales. Você entenderá a importância dessas classificações na seleção e prescrição adequada dos medicamentos homeopáticos.

Novamente, teremos a oportunidade de explorar casos clínicos relacionados a esses grupos, fortalecendo sua habilidade de identificar os medicamentos mais indicados com base nos conhecimentos da Tabela Periódica.

Imagine poder ordenar o caso em sua mente, eliminando possibilidades e simplificando a prescrição. Com o método apresentado pelo Dr. Rubens Dolce Filho, você terá a capacidade de direcionar seu raciocínio de forma precisa e racional, o que resultará em prescrições mais eficazes.

Seja pela análise dos filos e suas peculiaridades, das classes e sub-classes, ou através do estudo de casos clínicos, você desenvolverá a habilidade de identificar os medicamentos mais indicados com base nos conhecimentos da Tabela Periódica aplicada ao Reino Vegetal.

Não perca essa oportunidade única de expandir seus conhecimentos e aprimorar sua prática na área da homeopatia. O curso “Tabela Periódica e o Reino Vegetal” com o Dr. Rubens Dolce Filho oferece uma abordagem inovadora e profunda, permitindo que você alcance a essência dos casos de forma clara e precisa.

Garanta sua vaga agora mesmo e embarque nessa jornada de descobertas e aprendizado. A homeopatia está em constante evolução, e é fundamental que profissionais como você se mantenham atualizados e preparados para oferecer o melhor tratamento aos pacientes.

Não deixe essa oportunidade passar. Inscreva-se hoje mesmo no curso “Tabela Periódica e o Reino Vegetal” e amplie seu horizonte de possibilidades terapêuticas na homeopatia. A essência do caso espera por você!

Conteúdo do curso

DIA 05/08/23 (sábado) – das 09:00 às 12:00 h

  • Introdução do Conceito da Tabela Periódica na Homeopatia
  • Tabela Periódica e Reino Vegetal
    •     Filo Gymnospermae
    • Filo Angiospermae
      •  Classe Magnolianae
  • Casos Clínicos

DIA 02/09/23 (sábado) – das 09:00 às 12:00 h

  • Classe Fabanae
    • Sub-Classes:
      • Ranunculidae
      • Proteidae
      • Fabidae
      • Violales
      • Euphorbiales
      • Fagales
      • Leguminosae/Fabales
      • Rosales
      • Cucurbitales
  • Casos Clínicos

Dr. Rubens Dolce Filho

  • Especialista em Homeopatia AMHB/AMB 1993.
  • Preceptor em ambulatório de ensino do curso de especialização em Homeopatia Alpha/APH.
  • Orientador em ambulatório didático/assistencial na APH – Grupo APH Jovem.
  • Atual Presidente da APH, gestão 2021/2023

Convido-os a ampliar os horizontes, acrescentar conhecimento na sua prática para melhorar a acurácia e precisão do tratamento homeopático, e fazer valer o segundo parágrafo do Organon:

“O mais alto ideal de cura é o restabelecimento rápido, suave e duradouro da saúde ou a remoção e destruição integral da doença pelo caminho mais curto, mais seguro e menos prejudicial, segundo fundamentos nitidamente compreensíveis”.

Público alvo:

Médicos, médicos veterinários e cirurgiões dentistas.

Taxa de Contribuição:

Associados APH – R$ 350,00

Não associados –  R$ 450,00


Formas de pagamento: 

5% de desconto para pagamento com boleto bancário

em até 3x sem juros no cartão de crédito

link: https://aph.org.br/cursos/produto/tabela-periodica-e-o-reino-vegetal/

Informações:

APH – Associação Paulista de Homeopatia
Rua Dr. Diogo de Faria, 839 – São Paulo – SP
 11 5579-1291
 adm@aph.org.br

Um pouco sobre a Homeopatia

A Homeopatia é um sistema médico complexo e holístico, fundamentado no princípio vitalista e na lei dos semelhantes, enunciada por Hipócrates no século IV a.C. Segundo esse princípio, para tratar um indivíduo doente, é necessário utilizar um medicamento que, ao ser experimentado em uma pessoa saudável, produza sintomas semelhantes aos apresentados pelo doente. Esse princípio guarda semelhanças com o conceito por trás das vacinas.

Samuel Hahnemann desenvolveu a homeopatia no século XVIII, após estudos e reflexões baseados em observações clínicas e experimentos da época. Ele sistematizou os princípios filosóficos e doutrinários da homeopatia em suas obras “Organon da Arte de Curar” e “Doenças Crônicas”.

A homeopatia se expandiu consideravelmente pelo mundo, estando atualmente firmemente estabelecida em diversos países da Europa, Américas e Ásia.

No Brasil, a Homeopatia foi introduzida por Benoit Mure em 1840, tornando-se uma nova opção de tratamento. A homeopatia é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 1980.

A principal característica da homeopatia é a atenta escuta do paciente durante longas consultas, com anamneses detalhadas, além de um olhar mais amplo para a pessoa em sua totalidade. Os medicamentos homeopáticos utilizados são feitos a partir de extratos de origem animal, mineral e vegetal, altamente diluídos.

Diferentemente da alopatia, que muitas vezes se concentra apenas nos sintomas, o tratamento homeopático busca estimular o próprio organismo do paciente a iniciar o processo de autocura. Os medicamentos homeopáticos são preparados a partir de diluições em álcool e água (tinturas) para minimizar os efeitos colaterais.

Essas diluições extremamente altas permitem que o remédio seja tomado em pequenas doses, mas com maior frequência e durante um período mais longo do que os medicamentos alopáticos – daí a expressão “em doses homeopáticas”.

Hoje em dia, a homeopatia é vista como uma prática complementar à medicina convencional, sendo parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde no Brasil desde 2006, sendo oferecida gratuitamente em unidades da rede pública.

Sua implementação no Sistema Único de Saúde (SUS) contribui para a construção de um modelo de atenção centrado na saúde, levando em consideração aspectos físicos, psicológicos, sociais e culturais do paciente. Além disso, fortalece a relação médico-paciente, estimulando o autocuidado e a autonomia do indivíduo.

A homeopatia também se mostra eficaz em diversas situações clínicas, incluindo doenças crônicas, doenças respiratórias e alérgicas, e transtornos psicossomáticos, contribuindo para a redução da necessidade de intervenções hospitalares e emergenciais, e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Dia 21 de Novembro, O Dia Nacional da Homeopatia é uma data para homenagear a introdução dessa técnica holística no Brasil e para disseminar informações sobre os benefícios desse tipo de tratamento.

Mais sobre a Homeopatia acesse a Homeopathy Research Institute


Sobre a Homeopathy Research Institute

HRI é uma instituição de caridade com sede no Reino Unido dedicada a promover pesquisas de alta qualidade em homeopatia em nível internacional. A instituição de caridade foi fundada pelo físico Dr. Alexander Tournier, que anteriormente trabalhou como pesquisador independente para a Cancer Research UK, conduzindo pesquisas interdisciplinares nas fronteiras entre matemática, física e biologia.

Fonte: BVS , FAVC e HRI

Esclarecendo a Homeopatia

Grande incompreensão existe a respeito da especialidade médica denominada Homeopatia, confundida pela maioria das pessoas com a Fitoterapia, que é a utilização de plantas medicinais no tratamento de doenças, que se assemelha, em seu princípio de cura, mais ao tratamento convencional do que ao tratamento homeopático, como veremos a seguir.

Desde a Grécia Antiga, a Medicina possui duas correntes terapêuticas, fundamentadas no princípio dos contrários e no princípio dos semelhantes. Em consequência do princípio dos contrários surgiu a chamada “Alopatia” (Enantiopatia) e a própria Fitoterapia, que buscam suprimir os sinais e sintomas das doenças com substâncias (sintéticas ou naturais) que atuem “contrariamente” aos mesmos (“anti-”) (Ex: antiinflamatório para a inflamação, antiácido para a acidez, antidepressivo para a depressão, antitérmico para a febre, etc.).

Baseando-se no princípio dos semelhantes, em 1796, o médico alemão Samuel Hahnemann fundamentou a Homeopatia (tratamento através de substâncias que causam sintomas “semelhantes” aos da doença a ser tratada), apoiando-se na observação experimental de que ‘toda substância capaz de provocar determinados sintomas numa pessoa sadia pode curar estes mesmos sintomas numa pessoa doente’. Contrariamente ao que se pensa, a Homeopatia é um sistema científico definido, com uma metodologia de pesquisa própria, apoiada em dados da experimentação farmacológica dos medicamentos em indivíduos humanos (sadios),reproduzida ao longo dos séculos.

O médico homeopata tem como finalidade encontrar um medicamento que foi capaz de causar nos indivíduos sadios sintomas semelhantes (“homeo”) aos que se desejam combater nos indivíduos doentes, estimulando o organismo a reagir contra a sua enfermidade. As ultradiluições das substâncias (medicamento dinamizado) são utilizadas com o intuito de diminuir o poder patogenético das mesmas, evitando uma possível agravação dos sintomas quando se administram doses fortes de uma substância que causa sintomas semelhantes aos do paciente, de forma análoga às doses infinitesimais da imunoterapia clássica.

“No estado de saúde, a força vital imaterial, que dinamicamente anima o corpo material, reina com poder ilimitado e mantém todas as suas partes em admirável atividade harmônica, nas suas sensações e funções, de maneira que o espírito dotado de razão que reside em nós possa livremente dispor desse instrumento vivo e são para atender aos mais altos fins de nossa existência”. (Samuel Hahnemann, Organon da arte de curar, § 9)

Para maiores esclarecimentos acerca da Homeopatia, assista as entrevistas (vídeos) abaixo:

– Portal Jolivi Saúde – Dossiê Saúde Essencial – Café com Saúde – Entrevista com Dr. Marcus Zulian Teixeira (41′)

– TV Cultura – Programa Pronto Atendimento – Entrevista com Dr. Marcus Zulian Teixeira (30′)

– Boa Vontade TV – O que é Homeopatia? Como funciona a Homeopatia? – Entrevista com Dr. Marcus Zulian Teixeira (13′)

Saiba mais sobre a Homeopatia acessando o link: https://www.homeozulian.med.br/index.asp


Marcus Zulian Teixeira*

Graduado em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP, 1978-1981). Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP, 1986-1991), especialização em medicina homeopática pela Associação Paulista de Homeopatia (APH, 1992-1994) e título de médico especialista em homeopatia pela Associação Médica Brasileira (AMB, 1995). Doutorado em Medicina (Ciências Médicas – Processos Inflamatórios e Alérgicos, FMUSP, 2005-2009) e pós-doutorado (Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, FMUSP, 2014-2017). Atualmente, está desenvolvendo novo projeto de pós-doutorado junto ao Departamento de Psiquiatria da FMUSP. Professor colaborador e coordenador da disciplina optativa Fundamentos da Homeopatia (MCM0773) da FMUSP desde 2003. Pesquisador do Programa de Genética e Farmacogenética (PROGENE) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP desde 2022. Atua na área de Medicina, com ênfase em Homeopatia. 

Estudo com Evidências Científicas na Revista Oficial do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)

CLINICS é a prestigiada revista científica oficial do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Com um impressionante Fator de Impacto de 2.9, a revista destaca-se entre os 30% melhores periódicos do mundo na categoria “Medicina Geral”. No cenário nacional, CLINICS ocupa o primeiro lugar na área de “Medicina Geral e Interna” no Brasil. Seu compromisso com a excelência acadêmica e a divulgação de pesquisas de alta qualidade a torna uma referência essencial para a comunidade científica e profissionais da saúde.

É com grande entusiasmo que anunciamos a recente publicação do artigo intitulado “Scientific Evidence for Homeopathy” na renomada revista CLINICS. Nesse estudo, foram minuciosamente descritos centenas de estudos experimentais e clínicos que fundamentam os pressupostos científicos da homeopatia, além de confirmar sua eficácia e segurança como terapêutica. Essas descobertas incontestáveis mostram que “o efeito homeopático não é mero efeito placebo” e fornecem evidências científicas sólidas, refutando preconceitos disseminados por pseudocéticos e pseudocientistas. Convidamos todos os interessados a acessar o artigo pelo seguinte link: https://doi.org/10.1016/j.clinsp.2023.100255. Junte-se a nós na promoção do conhecimento científico e da medicina baseada em evidências.

O dilema contemporâneo e a Novíssima Medicina II – O Estadão – 27/07/2023

Por Paulo Rosenbaum

O dilema contemporâneo e a Novíssima Medicina* (Aspectos da Diversidade Metodológica nas Ciências Médicas (II)* *

Apresento mais um artigo da série “Aspectos da Diversidade Metodológica nas Ciências Médicas”. Não é incomum ouvir falar sobre as crises da Medicina. Mas, por mais que sejam esmiuçadas, não costumam representarameaça de esgotamento do modelo científico sobre o qual a Medicina se apoia. Pelo contrário, a hegemonia do método científico corrente é cada vez mais sólida e abrangente. Pois, então, onde é que ela, a tal crise, estaria? A pandemia suscitou alguns problemas na metodologia e abordagem científica, abalou alguns atavismos, mas nem chegou a balançar o edifício sobre o qual se apoia a tecnociência contemporânea. As questões não podem estar delimitadas ao sucesso da razão tecnológica, pois o êxito das novas tecnologias não é só estrondoso, mas parece possuir a consistência do que é tanto definitivo como irreversível.

O regime de validação dos procedimentos da Medicina é tão extraordinário que não pode se dar ao luxo de se importar demasiadamente com as questões chamadas “menores”, como, por exemplo, os conflitos de interesse que ocorrem nas publicações científicas revisadas por pares, mesmo quando não assumidos. Não é que os conflitos não estejam sendo avaliados, e muito menos que não gerem legítima preocupação, mas é que não há uma solução razoável para eles.

Pode gerar perplexidade, mas, sendo bem pragmático: um pesquisador subsidiado é, antes de tudo, um funcionário. Sua função é submeter-se a um regime que lhe pede, explicitamente ou não, prestação de contas. Ele precisa produzir para justificar seu custo na linha de produção/geração de tecnologia, daí que papers, que crescem em profusão geométrica, contra leitores que não dão conta de se atualizar, acabam sendo excedentes de luxo. Vale dizer: o problema da produção científica é como uma raiz que não pode ser apropriadamente desmembrada, pois, para controlá-la, precisaríamos de núcleos de pesquisa subsidiados pelo Estado – como sonhava o epistemólogo historiador da Medicina Henri Sigerist[i]-, que também teria de ser relativamente neutro e independente em suas políticas de produção e avaliação científicas. Obviamente, isso não acontece, pois, cada vez mais os Estados tendem a ser parciais em suas políticas de desenvolvimento científico assim como os programas de pesquisa.

No desenvolvimento de novas drogas, vale mais o desenvolvimento de uma molécula inédita, que tem potencial para gerar um medicamento caro, frequentemente para uma enfermidade que tem visibilidade para a opinião pública – ainda que não seja a mais prevalente ou prioritária – do que medidas de caráter sócio-educativas ou técnicas substitutas/complementares, que apresentam menor impacto midiático imediato. Considerando que os pleitos eleitorais são todos eventos de curto ou curtíssimo prazo, não fica difícil deduzir para qual lado habitualmente pendem as decisões econômicas em saúde. Esse é o atual jogo jogado pelos programas de pesquisas científicas quando se trata do mundo político dos subsídios, e não adianta nada – parafraseando Ronald Laing[ii] – fingir que não se vêo jogo que eles fingem não jogar.

Como a maior parte das experiências com novos fármacos e vacinas, assim como o próprio desenvolvimento da biotecnologia, encontra-se em mãos privadas. Não há espaço, quiçá interesse, para ultrapassar a dimensão burocrática da discussão. Ela se torna novamente refém dos vícios que as normas que os combatiam, tentavam, em vão, corrigir. O objetivo é apontar aqui osproblemas que funcionariam como pontos cegos ao próprio desenvolvimento dos debates científicos.

Na prática, isso significa que, em matéria de desenvolvimento científico, o novo apresenta sérias chances de jamais nascer, ou de ser prematuramente asfixiado dentro dos meios institucionais. Nesse sentido, os próprios santuários da inovação, as universidades e seus centros de pesquisa, acabam trabalhando contra si, pelo menos contra o sentido da sua permanência, como pensava o filósofo José Arthur Gianotti. Há, assim, um novo paradoxo, já que a finalidade das pesquisas – que não é, ou não deveria ser necessariamente ratificadora de procedimentos institucionalizados – acaba agindo contra a natureza que sempre inspirou sua criação: permitir e induzir o surgimento do novo.

A título de exemplo, isso tudo pode ser mais bem observado nas políticas públicas da área cultural: o cinema independente, e qualquer atividade artística que não seja comercial, só consegue sobreviver com apoio, retaguarda e subvenção do Estado. Este fato evidencia dois tipos de síntese: as denúncias, muitas vezes generalizações que condenam o “sistema” pelo estado de coisas, e outra, igualmente simplificadora que defende o alinhamento automático com o status quo.

Pode ser que nada de melhor tenha sido inventado, e que as normas e metodologias que aí estão, apesar de extremamente problemáticas, ainda sejam as menos absurdas. Mas será que sob elas aflorariam as revoluções científicas e, portanto, o próprio desenvolvimento científico e tecnológico? Não poderíamos responder, mas o problema apontado acima continua sem solução, já que o estruturalismo sobre o qual se apoia a produção científica mundial permanece renegando sistematicamente sua vocação fundamental.

Neste ciclo que se retroalimenta e bloqueia toda perspectiva de busca de renovação de paradigmas, quais mudanças significativas na práxis médica poder-se-ia esperar?  Colocando de outro modo: diante desse cenário quais são as chances de outros horizontes? Como acreditar na indução para a construção de uma Novíssima Medicina? Uma que obedeça a critérios e pressupostos científicos canônicos de se guiar pela Medicina baseada em evidência, orientada por ensaios clínicos randomizados, mas que simultaneamente contemplasse o que a O.M.S. preconiza como objetivo teleológico de toda terapêutica: “não só a ausência de patologia, mas o bem-estar biopsicossocial”?

Se dependêssemos da produção científica canônica e do aparato instrumental das publicações, do jeito como estão contemporaneamente concebidas, tornar-se-ia muito difícil alcançar a segunda parte do objetivo acima referido. As chances de que esta discussão frutifique estão nos lugares fora do mainstream. Tais áreas de escape são territórios não completamente mapeados que pressionam por renovações, malgrado seguem correndo por fora. É assim que caminha aquilo que outro estudioso de berçários de teorias científicas – Paul Feyrabend[i] – chamava de “pluralidade metodológica”, e que os dogmas cientificistas não compreendem. Melhor dizendo, não aceitam. Sob a perspectiva reducionista, tudo é preto no branco, é certo ou errado.

A chave para que se possa compreender melhor a força dessas regiões excluídas, pode ser exemplificada por: pesquisas de qualidade de vida em saúde, estudos observacionais, estudos de coorte e pesquisas para conhecer a necessidade das pessoas, especialmente na atenção primária à saúde. Afinal, o objetivo ético de toda pesquisa deveria ser dirigida para beneficiar os sujeitos da sociedade.

São pessoas que desejam que o atendimento médico tenha um sentido e uma direção mais abrangentes e generosos em relação às feições até aqui assumidas. É desse espaço que vem surgindo insatisfações, e uma espécie de mal-estar benévolo, que fomenta a necessidade de mudanças. Foi em função do clamor das populações, até há pouco silenciosas, que começou-se a falar de  “Medicina centrada no paciente”, e da “Medicina do sujeito”.

São pacientes com suas demandas, suas necessidades de se fazer ouvir, de expressar as interpretações de suas biografias junto às suas queixas clínicas. De avaliar, junto com seus médicos, seus próprios estados clínicos. São narrativas com detalhes que mostram a singularidade dos contextos de cada sujeito, o pedido, nem sempre verbalizado, por atenção personalizada e solidariedade. A busca por pessoas que cuidem. O desejo de que o diálogo com os médicos não esteja restrito a meras construções discursivas científicas.

Há um clamor por compartilhamento honesto sobre as dúvidas, proteção e riscos atrás de cada intervenção e procedimento. Clama-se por uma atenção focada no bem estar e na saúde mental. A qualidade da existência individual (portanto coletiva) como um categoria de sucesso terapêutico tão importante como o controle da patologia. Todas essas aspirações crescem, mesmo numa sociedade saturada por informações filtradas e nem sempre acuradas, praticada por parte do jornalismo científico. E agora, sob a recente ameaça de questionar a presença do médico e substituí-la por conselhos provenientes da tecnologia, mediada pela inteligência artificial.

É nessa fusão de horizontes que a Homeopatia se encontra com a ideia de que a atenção integral sempre fez parte do corpus de uma Medicina bem praticada, seja em qual especialidade ela estiver sendo exercida. E uma renovação da atitude dos pesquisadores pode fazer renascer o pendor natural que a ciência tem pelo desafio e pelo questionamento.

Um desafio que pode fazer romper a excessiva dependência que temos hoje da tecnociência e que recusa o descarte do que foi, supostamente, ultrapassado. Pode ser um novíssimo que agrupe ideias já rastreadas, ressurgimento de pesquisas em desuso, retomada da velha fórmula da Medicina hipocrática baseada em observação, em rituais empíricos e na investigação do que convém a cada sujeito. Sugere-se repensar as categorias propostas por Samuel Hahnemann que, mesmo dialogando com os homens de ciência da sua época, insistiu em buscar novos caminhos, sempre mais difíceis do que desfrutar das facilidades da correnteza.

No caso das propostas iniciais de Hahnemann, o resultado prático de não se deixar levar pela torrente de sensos comuns acerca dos conceitos de doença e terapêuticas foi anunciar, sempre a partir da experiência, estudo metódico e observação clínica, algumas propostas inéditas, pois não se tratava somente de aprender a totalidade dos sintomas dos pacientes, mas de observar, analisar e medicar sujeitos particulares. Entes com sofrimentos difusos extremamente pessoais.

Há similaridades entre o século XIX, com os dilemas nas ciências da saúde que vivemos aqui e agora. A prática médica contemporânea evoca a certificação obtida pelas evidências para bloquear um repensar da filosofia clínica. Mas, mesmo diante da progressiva escassez de defensores dentro das artes médicas, sobrevive um contra pensamento. Ele está alinhado à equidade, à justiça, a um atendimento que, além da moléstia, acolha com a mesma dignidade conceitual e através de anamneses compreensivas, as perturbações subjetivas das pessoas. Desta vez, porém, quem expressa o desejo por mudanças encontra-se dentro e fora das fileiras médicas.

Uma nova Medicina nada recusaria a priori, já que compreende, diante da vastidão do mal-estar contemporâneo, que não se pode dar a esse luxo. Aceita o que parece ser o mais racional, o menos invasivo e o mais de acordo com uma economia humana baseada no conhecimento da vitalidade. Uma novíssima Medicina abraçaria a necessidade de incorporar as ciências humanas às naturais, resgatando uma interlocução dispersa no tempo. Embalada pelo terceiro princípio hipocrático, essa Medicina só pode ser aquela que mais convém a cada um.

[I] SIGERIST  HE. Civilizacion y Enfermedad. México: Fondo de Cultura Económica, 1946.

[II] LAING  R. Laços. Editora Vozes, Petrópolis, 1986

[I] FEYERABEND P. Límites de la Ciencia. Explicación, Reducción y Empirismo. Paidós, Barcelona, 1989.

* Texto selecionado extraído do artigo “Acerca da novíssima medicina,  homeopatia e o ethos do cuidado” publicado no livro “Ética em Homeopatia” Dantas, F. (ORG) produzido pelos membros da Câmara Técnica de Homeopatia” do CRM-SP. São Paulo, 2023.

**A propósito da discussão sobre ética e medicina, recomendo aos leitores que desejam informações precisas, que acessem o site do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) para ler e refletir sem preconceitos sobre uma recente publicação. Trata-se de um texto que, decerto, não será unanimidade, mas contribuirá para esclarecer a sociedade sobre a Ética e as Razões da Medicina do ponto de vista da especialidade.

O livro “Ética em Homeopatia” é uma antecipação com esclarecimentos públicos que previne a desinformação tendenciosa sobre a especialidade e, principalmente, estimula a discussão sobre qual tipo de atendimento deve também estar disponível nos serviços públicos e privados do País. Retoma a discussão sobre a ética do sujeito, a importância de um programa de pesquisas, o aspecto preventivo das terapêuticas, o ethos do cuidado, o resgate da relação médico-paciente, sem uma oposição anacrônica à tecnociência.

*Abaixo Texto extraído do site do CREMESP

“Com foco especial à realidade do País, Ética em Homeopatia traz temas que refletem, por exemplo, a inserção da homeopatia no sistema público de saúde, o ensino da ética médica, direitos e deveres do médico em geral e, em particular, do médico que exerce a prática homeopática. A obra está disponível na versão digital, podendo ser acessada pelo site do Conselho, em Ebooks e Publicações e no Aplicativo Cremesp.”*

Eis os links :

https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=NoticiasC&id=6269

Acesse via youtube também:

live APH: Homeopatia e Odontopediatria – 26 de julho ás 20h

Neste vídeo, apresentado pela APH (Associação Paulista de Homeopatia), mergulhamos no fascinante mundo da "Homeopatia em Odontopediatria". Junte-se a nós enquanto exploramos os valiosos insights compartilhados pela professora Jussara Giorgi. 
Com foco na saúde bucal infantil, esta coleção de discussões ao vivo lança luz sobre o papel promissor da homeopatia no alívio do desconforto dentário e na promoção do bem-estar geral. 

Está aberto até 15 de agosto de 2023 o prazo de submissão de resumos sobre Homeopatia para o 36º encontro anual do Groupe International de Recherche sur I’Infinitésimal (GIRI)

Está aberto até 15 de agosto de 2023 o prazo de submissão de resumos sobre Homeopatia para o 36º encontro anual do Groupe International de Recherche sur I’Infinitésimal (GIRI). O encontro será realizado pela primeira vez nos Estados Unidos, na Faculdade de Medicina da Universidade de Connecticut (USA), e também estará disponível na modalidade remota (modo híbrido). A presidente da entidade, Carla Holandino, é membro do Comitê de Homeopatia do CABSIN. Ainda compõe a diretoria do GIRI a Drª. Leoni Bonamin, também integrante do Comitê de Homeopatia do CABSIN.

Para se inscrever no evento e enviar resumos, acesse:
https://giri-society.org/next-meeting.

Para saber mais sobre o Comitê de Homeopatia do CABSIN, visite:
https://cabsin.org.br/mapas-de-evidencias

Dr Rubens Dolce Filho. presidente Associação Paulista de Homeopatia, tranquiliza e esclarece a comunidade homeopática

Prepare-se para uma experiência esclarecedora e informativa! Apresentamos o vídeo exclusivo com o renomado especialista dr. Rubens Dolce Filho, que traz à tona todos os detalhes sobre a Homeopatia e responde às dúvidas mais frequentes.

A Homeopatia é uma abordagem terapêutica natural que tem conquistado a confiança e a atenção de muitas pessoas ao redor do mundo. No entanto, com a expansão da informação e o surgimento de novas perspectivas, alguns questionamentos têm sido levantados. Agora, é o momento perfeito para esclarecer todas as incertezas!

O dr. Rubens Dolce Filho é uma das principais autoridades em Homeopatia e traz consigo anos de experiência e estudos aprofundados. Neste vídeo, ele compartilha seu conhecimento, revelando fatos essenciais e desmistificando ideias equivocadas.

Podcast com dra Ana Regina Torro sobre homeopatia veterinária, efeito placebo?

Prepare-se para uma experiência esclarecedora e informativa! Apresentamos o vídeo exclusivo com o renomado especialista dr. Ana Regina Torro, que traz à tona todos os detalhes sobre a Homeopatia e responde às dúvidas mais frequentes.

A Homeopatia é uma abordagem terapêutica natural que tem conquistado a confiança e a atenção de muitas pessoas ao redor do mundo. No entanto, com a expansão da informação e o surgimento de novas perspectivas, alguns questionamentos têm sido levantados. Agora, é o momento perfeito para esclarecer todas as incertezas!

O dr. Ana Regina Torro é uma das principais autoridades em Homeopatia e traz consigo anos de experiência e estudos aprofundados. Neste vídeo, ele compartilha seu conhecimento, revelando fatos essenciais e desmistificando ideias equivocadas.