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Estudo com Evidências Científicas na Revista Oficial do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)

CLINICS é a prestigiada revista científica oficial do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Com um impressionante Fator de Impacto de 2.9, a revista destaca-se entre os 30% melhores periódicos do mundo na categoria “Medicina Geral”. No cenário nacional, CLINICS ocupa o primeiro lugar na área de “Medicina Geral e Interna” no Brasil. Seu compromisso com a excelência acadêmica e a divulgação de pesquisas de alta qualidade a torna uma referência essencial para a comunidade científica e profissionais da saúde.

É com grande entusiasmo que anunciamos a recente publicação do artigo intitulado “Scientific Evidence for Homeopathy” na renomada revista CLINICS. Nesse estudo, foram minuciosamente descritos centenas de estudos experimentais e clínicos que fundamentam os pressupostos científicos da homeopatia, além de confirmar sua eficácia e segurança como terapêutica. Essas descobertas incontestáveis mostram que “o efeito homeopático não é mero efeito placebo” e fornecem evidências científicas sólidas, refutando preconceitos disseminados por pseudocéticos e pseudocientistas. Convidamos todos os interessados a acessar o artigo pelo seguinte link: https://doi.org/10.1016/j.clinsp.2023.100255. Junte-se a nós na promoção do conhecimento científico e da medicina baseada em evidências.

O dilema contemporâneo e a Novíssima Medicina II – O Estadão – 27/07/2023

Por Paulo Rosenbaum

O dilema contemporâneo e a Novíssima Medicina* (Aspectos da Diversidade Metodológica nas Ciências Médicas (II)* *

Apresento mais um artigo da série “Aspectos da Diversidade Metodológica nas Ciências Médicas”. Não é incomum ouvir falar sobre as crises da Medicina. Mas, por mais que sejam esmiuçadas, não costumam representarameaça de esgotamento do modelo científico sobre o qual a Medicina se apoia. Pelo contrário, a hegemonia do método científico corrente é cada vez mais sólida e abrangente. Pois, então, onde é que ela, a tal crise, estaria? A pandemia suscitou alguns problemas na metodologia e abordagem científica, abalou alguns atavismos, mas nem chegou a balançar o edifício sobre o qual se apoia a tecnociência contemporânea. As questões não podem estar delimitadas ao sucesso da razão tecnológica, pois o êxito das novas tecnologias não é só estrondoso, mas parece possuir a consistência do que é tanto definitivo como irreversível.

O regime de validação dos procedimentos da Medicina é tão extraordinário que não pode se dar ao luxo de se importar demasiadamente com as questões chamadas “menores”, como, por exemplo, os conflitos de interesse que ocorrem nas publicações científicas revisadas por pares, mesmo quando não assumidos. Não é que os conflitos não estejam sendo avaliados, e muito menos que não gerem legítima preocupação, mas é que não há uma solução razoável para eles.

Pode gerar perplexidade, mas, sendo bem pragmático: um pesquisador subsidiado é, antes de tudo, um funcionário. Sua função é submeter-se a um regime que lhe pede, explicitamente ou não, prestação de contas. Ele precisa produzir para justificar seu custo na linha de produção/geração de tecnologia, daí que papers, que crescem em profusão geométrica, contra leitores que não dão conta de se atualizar, acabam sendo excedentes de luxo. Vale dizer: o problema da produção científica é como uma raiz que não pode ser apropriadamente desmembrada, pois, para controlá-la, precisaríamos de núcleos de pesquisa subsidiados pelo Estado – como sonhava o epistemólogo historiador da Medicina Henri Sigerist[i]-, que também teria de ser relativamente neutro e independente em suas políticas de produção e avaliação científicas. Obviamente, isso não acontece, pois, cada vez mais os Estados tendem a ser parciais em suas políticas de desenvolvimento científico assim como os programas de pesquisa.

No desenvolvimento de novas drogas, vale mais o desenvolvimento de uma molécula inédita, que tem potencial para gerar um medicamento caro, frequentemente para uma enfermidade que tem visibilidade para a opinião pública – ainda que não seja a mais prevalente ou prioritária – do que medidas de caráter sócio-educativas ou técnicas substitutas/complementares, que apresentam menor impacto midiático imediato. Considerando que os pleitos eleitorais são todos eventos de curto ou curtíssimo prazo, não fica difícil deduzir para qual lado habitualmente pendem as decisões econômicas em saúde. Esse é o atual jogo jogado pelos programas de pesquisas científicas quando se trata do mundo político dos subsídios, e não adianta nada – parafraseando Ronald Laing[ii] – fingir que não se vêo jogo que eles fingem não jogar.

Como a maior parte das experiências com novos fármacos e vacinas, assim como o próprio desenvolvimento da biotecnologia, encontra-se em mãos privadas. Não há espaço, quiçá interesse, para ultrapassar a dimensão burocrática da discussão. Ela se torna novamente refém dos vícios que as normas que os combatiam, tentavam, em vão, corrigir. O objetivo é apontar aqui osproblemas que funcionariam como pontos cegos ao próprio desenvolvimento dos debates científicos.

Na prática, isso significa que, em matéria de desenvolvimento científico, o novo apresenta sérias chances de jamais nascer, ou de ser prematuramente asfixiado dentro dos meios institucionais. Nesse sentido, os próprios santuários da inovação, as universidades e seus centros de pesquisa, acabam trabalhando contra si, pelo menos contra o sentido da sua permanência, como pensava o filósofo José Arthur Gianotti. Há, assim, um novo paradoxo, já que a finalidade das pesquisas – que não é, ou não deveria ser necessariamente ratificadora de procedimentos institucionalizados – acaba agindo contra a natureza que sempre inspirou sua criação: permitir e induzir o surgimento do novo.

A título de exemplo, isso tudo pode ser mais bem observado nas políticas públicas da área cultural: o cinema independente, e qualquer atividade artística que não seja comercial, só consegue sobreviver com apoio, retaguarda e subvenção do Estado. Este fato evidencia dois tipos de síntese: as denúncias, muitas vezes generalizações que condenam o “sistema” pelo estado de coisas, e outra, igualmente simplificadora que defende o alinhamento automático com o status quo.

Pode ser que nada de melhor tenha sido inventado, e que as normas e metodologias que aí estão, apesar de extremamente problemáticas, ainda sejam as menos absurdas. Mas será que sob elas aflorariam as revoluções científicas e, portanto, o próprio desenvolvimento científico e tecnológico? Não poderíamos responder, mas o problema apontado acima continua sem solução, já que o estruturalismo sobre o qual se apoia a produção científica mundial permanece renegando sistematicamente sua vocação fundamental.

Neste ciclo que se retroalimenta e bloqueia toda perspectiva de busca de renovação de paradigmas, quais mudanças significativas na práxis médica poder-se-ia esperar?  Colocando de outro modo: diante desse cenário quais são as chances de outros horizontes? Como acreditar na indução para a construção de uma Novíssima Medicina? Uma que obedeça a critérios e pressupostos científicos canônicos de se guiar pela Medicina baseada em evidência, orientada por ensaios clínicos randomizados, mas que simultaneamente contemplasse o que a O.M.S. preconiza como objetivo teleológico de toda terapêutica: “não só a ausência de patologia, mas o bem-estar biopsicossocial”?

Se dependêssemos da produção científica canônica e do aparato instrumental das publicações, do jeito como estão contemporaneamente concebidas, tornar-se-ia muito difícil alcançar a segunda parte do objetivo acima referido. As chances de que esta discussão frutifique estão nos lugares fora do mainstream. Tais áreas de escape são territórios não completamente mapeados que pressionam por renovações, malgrado seguem correndo por fora. É assim que caminha aquilo que outro estudioso de berçários de teorias científicas – Paul Feyrabend[i] – chamava de “pluralidade metodológica”, e que os dogmas cientificistas não compreendem. Melhor dizendo, não aceitam. Sob a perspectiva reducionista, tudo é preto no branco, é certo ou errado.

A chave para que se possa compreender melhor a força dessas regiões excluídas, pode ser exemplificada por: pesquisas de qualidade de vida em saúde, estudos observacionais, estudos de coorte e pesquisas para conhecer a necessidade das pessoas, especialmente na atenção primária à saúde. Afinal, o objetivo ético de toda pesquisa deveria ser dirigida para beneficiar os sujeitos da sociedade.

São pessoas que desejam que o atendimento médico tenha um sentido e uma direção mais abrangentes e generosos em relação às feições até aqui assumidas. É desse espaço que vem surgindo insatisfações, e uma espécie de mal-estar benévolo, que fomenta a necessidade de mudanças. Foi em função do clamor das populações, até há pouco silenciosas, que começou-se a falar de  “Medicina centrada no paciente”, e da “Medicina do sujeito”.

São pacientes com suas demandas, suas necessidades de se fazer ouvir, de expressar as interpretações de suas biografias junto às suas queixas clínicas. De avaliar, junto com seus médicos, seus próprios estados clínicos. São narrativas com detalhes que mostram a singularidade dos contextos de cada sujeito, o pedido, nem sempre verbalizado, por atenção personalizada e solidariedade. A busca por pessoas que cuidem. O desejo de que o diálogo com os médicos não esteja restrito a meras construções discursivas científicas.

Há um clamor por compartilhamento honesto sobre as dúvidas, proteção e riscos atrás de cada intervenção e procedimento. Clama-se por uma atenção focada no bem estar e na saúde mental. A qualidade da existência individual (portanto coletiva) como um categoria de sucesso terapêutico tão importante como o controle da patologia. Todas essas aspirações crescem, mesmo numa sociedade saturada por informações filtradas e nem sempre acuradas, praticada por parte do jornalismo científico. E agora, sob a recente ameaça de questionar a presença do médico e substituí-la por conselhos provenientes da tecnologia, mediada pela inteligência artificial.

É nessa fusão de horizontes que a Homeopatia se encontra com a ideia de que a atenção integral sempre fez parte do corpus de uma Medicina bem praticada, seja em qual especialidade ela estiver sendo exercida. E uma renovação da atitude dos pesquisadores pode fazer renascer o pendor natural que a ciência tem pelo desafio e pelo questionamento.

Um desafio que pode fazer romper a excessiva dependência que temos hoje da tecnociência e que recusa o descarte do que foi, supostamente, ultrapassado. Pode ser um novíssimo que agrupe ideias já rastreadas, ressurgimento de pesquisas em desuso, retomada da velha fórmula da Medicina hipocrática baseada em observação, em rituais empíricos e na investigação do que convém a cada sujeito. Sugere-se repensar as categorias propostas por Samuel Hahnemann que, mesmo dialogando com os homens de ciência da sua época, insistiu em buscar novos caminhos, sempre mais difíceis do que desfrutar das facilidades da correnteza.

No caso das propostas iniciais de Hahnemann, o resultado prático de não se deixar levar pela torrente de sensos comuns acerca dos conceitos de doença e terapêuticas foi anunciar, sempre a partir da experiência, estudo metódico e observação clínica, algumas propostas inéditas, pois não se tratava somente de aprender a totalidade dos sintomas dos pacientes, mas de observar, analisar e medicar sujeitos particulares. Entes com sofrimentos difusos extremamente pessoais.

Há similaridades entre o século XIX, com os dilemas nas ciências da saúde que vivemos aqui e agora. A prática médica contemporânea evoca a certificação obtida pelas evidências para bloquear um repensar da filosofia clínica. Mas, mesmo diante da progressiva escassez de defensores dentro das artes médicas, sobrevive um contra pensamento. Ele está alinhado à equidade, à justiça, a um atendimento que, além da moléstia, acolha com a mesma dignidade conceitual e através de anamneses compreensivas, as perturbações subjetivas das pessoas. Desta vez, porém, quem expressa o desejo por mudanças encontra-se dentro e fora das fileiras médicas.

Uma nova Medicina nada recusaria a priori, já que compreende, diante da vastidão do mal-estar contemporâneo, que não se pode dar a esse luxo. Aceita o que parece ser o mais racional, o menos invasivo e o mais de acordo com uma economia humana baseada no conhecimento da vitalidade. Uma novíssima Medicina abraçaria a necessidade de incorporar as ciências humanas às naturais, resgatando uma interlocução dispersa no tempo. Embalada pelo terceiro princípio hipocrático, essa Medicina só pode ser aquela que mais convém a cada um.

[I] SIGERIST  HE. Civilizacion y Enfermedad. México: Fondo de Cultura Económica, 1946.

[II] LAING  R. Laços. Editora Vozes, Petrópolis, 1986

[I] FEYERABEND P. Límites de la Ciencia. Explicación, Reducción y Empirismo. Paidós, Barcelona, 1989.

* Texto selecionado extraído do artigo “Acerca da novíssima medicina,  homeopatia e o ethos do cuidado” publicado no livro “Ética em Homeopatia” Dantas, F. (ORG) produzido pelos membros da Câmara Técnica de Homeopatia” do CRM-SP. São Paulo, 2023.

**A propósito da discussão sobre ética e medicina, recomendo aos leitores que desejam informações precisas, que acessem o site do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) para ler e refletir sem preconceitos sobre uma recente publicação. Trata-se de um texto que, decerto, não será unanimidade, mas contribuirá para esclarecer a sociedade sobre a Ética e as Razões da Medicina do ponto de vista da especialidade.

O livro “Ética em Homeopatia” é uma antecipação com esclarecimentos públicos que previne a desinformação tendenciosa sobre a especialidade e, principalmente, estimula a discussão sobre qual tipo de atendimento deve também estar disponível nos serviços públicos e privados do País. Retoma a discussão sobre a ética do sujeito, a importância de um programa de pesquisas, o aspecto preventivo das terapêuticas, o ethos do cuidado, o resgate da relação médico-paciente, sem uma oposição anacrônica à tecnociência.

*Abaixo Texto extraído do site do CREMESP

“Com foco especial à realidade do País, Ética em Homeopatia traz temas que refletem, por exemplo, a inserção da homeopatia no sistema público de saúde, o ensino da ética médica, direitos e deveres do médico em geral e, em particular, do médico que exerce a prática homeopática. A obra está disponível na versão digital, podendo ser acessada pelo site do Conselho, em Ebooks e Publicações e no Aplicativo Cremesp.”*

Eis os links :

https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=NoticiasC&id=6269

Acesse via youtube também:

live APH: Homeopatia e Odontopediatria – 26 de julho ás 20h

Neste vídeo, apresentado pela APH (Associação Paulista de Homeopatia), mergulhamos no fascinante mundo da "Homeopatia em Odontopediatria". Junte-se a nós enquanto exploramos os valiosos insights compartilhados pela professora Jussara Giorgi. 
Com foco na saúde bucal infantil, esta coleção de discussões ao vivo lança luz sobre o papel promissor da homeopatia no alívio do desconforto dentário e na promoção do bem-estar geral. 

Está aberto até 15 de agosto de 2023 o prazo de submissão de resumos sobre Homeopatia para o 36º encontro anual do Groupe International de Recherche sur I’Infinitésimal (GIRI)

Está aberto até 15 de agosto de 2023 o prazo de submissão de resumos sobre Homeopatia para o 36º encontro anual do Groupe International de Recherche sur I’Infinitésimal (GIRI). O encontro será realizado pela primeira vez nos Estados Unidos, na Faculdade de Medicina da Universidade de Connecticut (USA), e também estará disponível na modalidade remota (modo híbrido). A presidente da entidade, Carla Holandino, é membro do Comitê de Homeopatia do CABSIN. Ainda compõe a diretoria do GIRI a Drª. Leoni Bonamin, também integrante do Comitê de Homeopatia do CABSIN.

Para se inscrever no evento e enviar resumos, acesse:
https://giri-society.org/next-meeting.

Para saber mais sobre o Comitê de Homeopatia do CABSIN, visite:
https://cabsin.org.br/mapas-de-evidencias

Dr Rubens Dolce Filho. presidente Associação Paulista de Homeopatia, tranquiliza e esclarece a comunidade homeopática

Prepare-se para uma experiência esclarecedora e informativa! Apresentamos o vídeo exclusivo com o renomado especialista dr. Rubens Dolce Filho, que traz à tona todos os detalhes sobre a Homeopatia e responde às dúvidas mais frequentes.

A Homeopatia é uma abordagem terapêutica natural que tem conquistado a confiança e a atenção de muitas pessoas ao redor do mundo. No entanto, com a expansão da informação e o surgimento de novas perspectivas, alguns questionamentos têm sido levantados. Agora, é o momento perfeito para esclarecer todas as incertezas!

O dr. Rubens Dolce Filho é uma das principais autoridades em Homeopatia e traz consigo anos de experiência e estudos aprofundados. Neste vídeo, ele compartilha seu conhecimento, revelando fatos essenciais e desmistificando ideias equivocadas.

Podcast com dra Ana Regina Torro sobre homeopatia veterinária, efeito placebo?

Prepare-se para uma experiência esclarecedora e informativa! Apresentamos o vídeo exclusivo com o renomado especialista dr. Ana Regina Torro, que traz à tona todos os detalhes sobre a Homeopatia e responde às dúvidas mais frequentes.

A Homeopatia é uma abordagem terapêutica natural que tem conquistado a confiança e a atenção de muitas pessoas ao redor do mundo. No entanto, com a expansão da informação e o surgimento de novas perspectivas, alguns questionamentos têm sido levantados. Agora, é o momento perfeito para esclarecer todas as incertezas!

O dr. Ana Regina Torro é uma das principais autoridades em Homeopatia e traz consigo anos de experiência e estudos aprofundados. Neste vídeo, ele compartilha seu conhecimento, revelando fatos essenciais e desmistificando ideias equivocadas.

“Homeopatia não é efeito placebo” como demonstra o “Dossiê: Evidências Científicas em Homeopatia”.

“Homeopatia não é Efeito placebo” como demonstra o “Dossiê:
Evidências Científicas em Homeopatia”
elaborado pelo CREMESP e disponibilizado em edições trilingues de livre acesso.
Marcus Zulian Teixeira*

Ao discorrermos sobre a homeopatia, em diversas situações, frequentemente, notamos que as pessoas reagem com manifestações de desconfiança, questionando sua comprovação científica e a validade terapêutica do método.

Proclamadas em todos os meios, de forma indistinta e reiterada, as falácias ou notícias falsas (fake news) de que “a homeopatia é efeito placebo” ou de que “não existem evidências científicas em homeopatia” acaba se incorporando ao inconsciente da coletividade, servindo como estratégias pseudocéticas para aumentar preconceitos e radicalizar posicionamentos contrários a essa prática médica bissecular.
Fruto da desinformação ou negação dos estudos científicos que fundamentam o modelo homeopático em vários campos da pesquisa científica moderna, esses preconceitos se retroalimentam, periodicamente, com matérias e artigos depreciativos e contrários à homeopatia publicados nas mídias de massa (jornais, sites e revistas não científicas) e redes sociais, as quais, raramente, divulgam os trabalhos científicos com resultados favoráveis à homeopatia.

Com o intuito de esclarecer médicos, profissionais da saúde, entidades de classe, pesquisadores, gestores, pacientes e a sociedade em geral, buscando desmistificar essas posturas dogmáticas e inverídicas culturalmente arraigadas, em 2017, a Câmara Técnica de Homeopatia do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CTHomeopatia do CREMESP) elaborou o Dossiê Especial: “Evidências Científicas em Homeopatia” [1].
Esse projeto contou com o apoio da Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) e da Associação Paulista de Homeopatia (APH), com a sua publicação na Revista de Homeopatia (São Paulo) da APH em três edições independentes de livre acesso: online em português [2], online em inglês [3] e impressa em português [4].

Expandindo sua divulgação para o público de língua espanhola, este dossiê acaba de ser publicado na revista científica La Homeopatía de México em uma edição especial comemorativa do 90º aniversário da mesma [5].

Além de trazer o panorama mundial da homeopatia como especialidade médica e de sua inclusão nos currículos das faculdades de medicina, o referido Dossiê abarca outras revisões narrativas sobre as linhas de pesquisa que fundamentam os pressupostos científicos homeopáticos, a saber: princípio da similitude terapêutica, experimentação patogenética homeopática, emprego de medicamentos dinamizados (ultradiluições) e individualizados segundo a totalidade sintomática característica do binômio doentedoença.

Analogamente, a eficácia e a segurança do tratamento homeopático estão evidenciadas na descrição de ensaios clínicos randomizados e placebos-controlados, assim como em revisões sistemáticas e metanálises.
Abrindo o Dossiê, a revisão “Homeopatia: um breve panorama desta especialidade médica” aborda os aspectos históricos, sociais e políticos da institucionalização da homeopatia no Brasil e sua incorporação aos sistemas de atenção à saúde, descrevendo fatores que levam a população a buscar essa forma de tratamento.
Na revisão sobre o “Panorama mundial da educação médica em terapêuticas não convencionais (homeopatia e acupuntura)”, destaca-se a importância dedicada à incorporação do ensino da homeopatia e da acupuntura aos currículos das faculdades de medicina de inúmeros países, em vista do interesse crescente da população em sua utilização e, consequentemente, da classe médica em seu aprendizado, com propostas direcionadas a estudantes, residentes, pós-graduandos e médicos.
Embasando cientificamente o princípio da similitude terapêutica no estudo sistemático do efeito rebote dos fármacos modernos, a revisão “Fundamentação científica do princípio de cura homeopático na farmacologia moderna” engloba centenas de estudos clínicos (metanálises, revisões sistemáticas, ensaios clínicos randomizados placeboscontrolados, estudos de coorte e de caso-controle, dentre outros) publicados em periódicos científicos de impacto e que atestam a similaridade de conceitos e manifestações entre o fenômeno rebote e a reação vital ou ação secundária do organismo despertada pelo tratamento homeopático.

Ampliando essa fonte de evidências, descreve o uso dos fármacos modernos segundo o princípio da similitude terapêutica, empregando o efeito rebote (reação paradoxal do organismo) de forma curativa.
Justificando a plausibilidade do emprego de medicamentos dinamizados (ultradiluídos) pela homeopatia, o Dossiê reúne três revisões que demonstram o progresso da pesquisa básica em homeopatia nas últimas décadas, descrevendo centenas de experimentos controlados e dezenas de linhas de pesquisa que atestam o efeito das ultradiluições em modelos físico-químicos e biológicos (in vitro, plantas e
animais): “A solidez da pesquisa básica em homeopatia”, “Efeito de ultradiluições homeopáticas em modelos in vitro: revisão da literatura” e “Efeito de ultradiluições homeopáticas em plantas: revisão da literatura”.
Comprovando que os efeitos positivos do tratamento homeopático não são, exclusivamente, efeitos placebo como se repete indiscriminadamente, a revisão “Pesquisa clínica em homeopatia: revisões sistemáticas e ensaios clínicos randomizados controlados” relata os resultados positivos observados em dezenas de ensaios clínicos homeopáticos placebos-controlados para condições clínicas diversas,
assim como em revisões sistemáticas e metanálises.

Esses resultados são exemplificados em dois ensaios clínicos randomizados e placebos-controlados realizados por integrantes da CT-Homeopatia em importantes instituições de pesquisa brasileiras: “Estrogênio potencializado no tratamento homeopático da dor pélvica associada à endometriose: Um estudo de 24 semanas, randomizado, duplo-cego e placebo-controlado” e “Estudo clínico, duplo-cego, randomizado, em crianças com amigdalites recorrentes submetidas a tratamento homeopático”.
Evidenciando a segurança do tratamento homeopático, a revisão “O medicamento homeopático provoca efeitos adversos ou agravações medicamento-dependentes?” demonstra, em ensaios clínicos randomizados e placebos-controlados, que os medicamentos homeopáticos produzem mais efeitos adversos do que o placebo, embora os mesmos sejam leves e transitórios.
Finalizando o Dossiê, a revisão “O medicamento homeopático provoca sintomas em voluntários aparentemente sadios? A contribuição brasileira ao debate sobre os ensaios patogenéticos homeopáticos” discorre sobre o desenvolvimento histórico e o estado da arte da experimentação patogenética homeopática, utilizada para se evidenciar as propriedades curativas das substâncias (efeitos patogenéticos em indivíduos sadios) que possibilitam a aplicação do princípio da similitude terapêutica.

Apesar das dificuldades e limitações existentes para o desenvolvimento de pesquisas na área, tanto pelos aspectos metodológicos quanto pela ausência de apoio institucional e financeiro, as centenas de estudos experimentais e clínicos citados no referido Dossiê, os quais fundamentam os pressupostos científicos homeopáticos e confirmam a eficácia e a segurança da terapêutica, é prova inconteste de que “a homeopatia não é efeito placebo” e de que “existem evidências científicas em homeopatia”, ao contrário do preconceito falsamente disseminado por pseudocéticos e pseudocientistas [6,7].

Com a divulgação do presente Dossiê, esperamos dissipar dúvidas e sensibilizar nossos colegas médicos quanto à validade e relevância da homeopatia como tratamento adjuvante complementar a todas as outras especialidades médicas segundo princípios éticos e seguros.

Em conformidade com esta abordagem integrativa, a prática homeopática permite alargar a compreensão do adoecer humano, aumentar os recursos terapêuticos, contribuir para a eficácia da medicina no tratamento das doenças crônicas, minimizar os efeitos adversos dos medicamentos modernos e fortalecer a humanização da relação médicopaciente, entre outros aspectos. No entanto, novos estudos devem continuar a ser desenvolvidos, para aprimorar a prática clínica e elucidar aspectos singulares ao paradigma homeopático.

Referências:


[1] Teixeira MZ. Special Dossier: “Scientific Evidence for Homeopathy”. Rev Assoc Med
Bras (1992). 2018; 64(2): 93-94. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1806-
9282.64.02.93.

[2] Câmara Técnica de Homeopatia do Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo (CREMESP). Dossiê Especial: Evidências Científicas em Homeopatia. Rev
Homeopatia (São Paulo. Online). 2017; 80(1/2). Disponível em:
http://revista.aph.org.br/index.php/aph/issue/view/41/showToc.
[3] Technical Chamber for Homeopathy, Regional Medical Council of the State of São Paulo
(CREMESP). Special Dossier: Scientific Evidence for Homeopathy. Rev Homeopatia (São
Paulo. Online). 2017; 80(3/4). Disponível em:
http://revista.aph.org.br/index.php/aph/issue/view/42/showToc.
[4] Câmara Técnica de Homeopatia do Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo (CREMESP). Dossiê Especial: Evidências Científicas em Homeopatia. Rev
Homeopatia (São Paulo. Impressa). 2017; 80(Supl 1/2). Disponível em:
http://www.bvshomeopatia.org.br/revista/RevistaHomeopatiaAPHano2017VOL80Supl1-
2.pdf.
[5] Cámara Técnica de Homeopatía del Consejo Médico Regional del Estado de São Paulo
(CREMESP, Brasil). Evidencias Científicas de la Homeopatía. Homeopatia Méx 2023;
187(esp). Disponível em:
http://homeopatiamex.similia.com.mx/index.php/Revista/issue/view/90-aniversario-2023.
[6] Teixeira MZ. Falácias pseudocéticas e pseudocientíficas do “Contradossiê das
Evidências sobre a Homeopatia”. São Paulo: Associação Paulista de Homeopatia (APH); 2020

43 p. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio1145551?lang=en.
[7] Teixeira MZ. Pseudoskeptical and pseudoscientific strategies used in attacks on
homeopathy. Rev Assoc Med Bras (1992). 2021; 67(6): 777-780. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/1806-9282.20210367.


*Marcus Zulian Teixeira
Médico Homeopata. Doutor em Ciências Médicas e Pós-doutorando da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Ex-integrante da Câmara Técnica de
Homeopatia do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP, 2017-
2018). https://orcid.org/0000-0002-3338-8588. marcus@homeozulian.med.br

Podcast esclarecendo sobre o momento da Homeopatia com o dr Marcelo Pustiglione

Prepare-se para uma experiência esclarecedora e informativa! Apresentamos o vídeo exclusivo com o renomado especialista dr. Marcelo Pustiglione, que traz à tona todos os detalhes sobre a Homeopatia e responde às dúvidas mais frequentes.

A Homeopatia é uma abordagem terapêutica natural que tem conquistado a confiança e a atenção de muitas pessoas ao redor do mundo. No entanto, com a expansão da informação e o surgimento de novas perspectivas, alguns questionamentos têm sido levantados. Agora, é o momento perfeito para esclarecer todas as incertezas!

O dr. Marcelo Pustiglione é uma das principais autoridades em Homeopatia e traz consigo anos de experiência e estudos aprofundados. Neste vídeo, ele compartilha seu conhecimento, revelando fatos essenciais e desmistificando ideias equivocadas.

Podcast com o dr Fabio Bolognani dando o seu recado sobre o momento atual da Homeopatia

Prepare-se para uma experiência esclarecedora e informativa! Apresentamos o vídeo exclusivo com o renomado especialista dr. Fabio Bolognani, que traz à tona todos os detalhes sobre a Homeopatia e responde às dúvidas mais frequentes.

A Homeopatia é uma abordagem terapêutica natural que tem conquistado a confiança e a atenção de muitas pessoas ao redor do mundo. No entanto, com a expansão da informação e o surgimento de novas perspectivas, alguns questionamentos têm sido levantados. Agora, é o momento perfeito para esclarecer todas as incertezas!

O dr. Fabio Bolognani é uma das principais autoridades em Homeopatia e traz consigo anos de experiência e estudos aprofundados. Neste vídeo, ele compartilha seu conhecimento, revelando fatos essenciais e desmistificando ideias equivocadas.