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Homeopatia na ENSP: maioridade e sucesso

Homeopatia na ENSP: maioridade e sucesso

Publicada em 27/02/2007

O atendimento ambulatorial de homeopatia está prestes a completar 21 anos na ENSP. Criado em setembro de 1986, esse método de tratamento atende a aproximadamente 10% das pessoas cadastradas no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP) e vem alcançando resultados entre os moradores da região de Manguinhos, no entorno do Campus da Fiocruz. No entanto, a médica sanitarista e homeopata do Centro de Saúde Gissia Gomes Galvão alerta que, prestes a completar a maioridade, alguns problemas como o acesso gratuito aos medicamentos, as condições de vida da população local e a falta de informação que muitas pessoas têm em relação à homeopatia e aos medicamentos manipulados podem vir a impor dificuldades no tratamento.

Gissia se formou na Faculdade de Medicina de Petrópolis, se especializou em homeopatia e cursou residência em Saúde Pública da ENSP. No segundo ano de residência, propôs a criação de um serviço de homeopatia no Centro de Saúde. De acordo com a homeopata, naquela época, esse tipo de tratamento não era considerado uma prática de saúde pública pelos orientadores da residência, mas com o apoio da chefia do CSEGSF, o serviço foi implantado. Nos seis primeiros meses tivemos uma resposta muito boa dos moradores, dos pacientes. O tratamento de homeopatia é totalmente individualizado, cada paciente tem um medicamento e isso foi explicado para os moradores. Nas conversas também queríamos verificar como o paciente se relaciona com o ambiente e com sua família, pois isso é um problema delicado aqui em Manguinhos.

A grande maioria dos pacientes recebidos no atendimento ambulatorial de homeopatia do Centro de Saúde são crianças de zero a quatro anos com problemas de asma, bronquite e rinite alérgica. No entanto, Gissia revela que, independente da forma de tratamento, se as condições de vida da população não forem modificadas, os resultados estarão aquém dos esperados. Embora tenhamos resultados positivos, as condições de vida das pessoas precisam ser revistas. Esse fato talvez tenha me levado para um outro caminho aqui na ENSP, que é o da promoção da saúde, aliando as práticas não convencionais à promoção da saúde.

A questão do acesso aos medicamentos também é um problema que afeta os moradores de Manguinhos e de toda a rede pública. Gissia conta que entre 2003 e 2006 fez parte da assessoria ao Ministério da Saúde (MS) na formação de uma Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, da qual a homeopatia faz parte. Nessa ocasião, a médica afirma que a questão do acesso gratuito ao medicamento homeopático foi colocada como um problema crucial para o tratamento.

Gissia revela que o trabalho realizado pelo Ambulatório de Homeopatia, do qual também faz parte o médico pediatra e homeopata Pedro Jonathas, tem uma importância fundamental na vida dos pacientes. Uma grande demanda que temos são crianças com doenças alérgicas. Com o tratamento, observamos uma diminuição das crises em termos de intensidade e periodicidade. Além disso, percebemos uma melhora na vida das crianças que com a solução dos problemas respiratórios passam a comer e dormir melhor. O tratamento melhora vários aspectos de suas vidas.

Ansiedade e desconfiança ainda são barreiras

A ansiedade com relação à rapidez do tratamento ainda é uma barreira a ser superada pela homeopatia, assim como a desconfiança de alguns pacientes, gestores e até profissionais de saúde. Gissia revela que o tratamento através da homeopatia não é tão lento quanto imaginam, e afirma que, quando é indicado o medicamento correto, na potência ideal, os resultados pode ser tão rápidos quanto o do tratamento alopático. A resistência de profissionais alopatas (medicina convencional) à homeopatia era muito maior há vinte anos, quando começou a implantação da homeopatia na rede pública. Hoje, percebo uma resistência menor, mas ela ainda existe.

Uma questão enfrentada pelo médico homeopata da rede pública é em relação ao número de consultas. Muitas vezes, há uma pressão em cima do médico para atender um número grande de pacientes, o que não é muito fácil na homeopatia. Uma coisa diferente do consultório é que atendemos muita gente. A sociedade em que vivemos é imediatista, portanto, deve haver uma mudança cultural. O médico homeopata da rede pública não pode só ficar atendendo. Ele tem que falar o que é a homeopatia para o profissional de saúde, para o paciente e para o gestor. É um trabalho contra-hegemônico, de convencimento.

Terapias alternativas são reconhecidas pelo SUS

Em maio de 2006, o Ministério da Saúde lançou a Portaria Nº 971, de 3 de maio de 2006, que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS. De acordo com a médica sanitarista e homeopata do CSEGSF/ENSP, essa atuação do Ministério foi fundamental. Ela ressalta que participou da Comissão de Saúde Pública da Associação Médica Homeopática Brasileira, há mais de 15 anos, que lutou para aumentar o espaço do tratamento homeopático no país.

Foi essa associação que conseguiu montar um grupo de trabalho e elaborar políticas. Tivemos o cuidado de não concentrar a homeopatia só na assistência. Outras diretrizes que colocamos foram referentes à informação, à educação em saúde, ao desenvolvimento de cartilhas e cartazes para esclarecer a população. As pessoas confundem homeopatia com fitoterapia, e acham que qualquer medicamento manipulado é homeopatia. Isso ocorre tanto com o usuário quanto com o profissional de saúde e o gestor. A atuação do Ministério foi de extrema importância, pois, além de termos um maior número de médicos homeopatas no SUS, em termos de mercado de trabalho, poderemos avaliar o trabalho que vem sendo desenvolvido com a homeopatia.

Todo medicamento manipulado é homeopático?

Não. A manipulação de medicamentos, realizada nas farmácias de manipulação com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não é restrita aos medicamentos homeopáticos. Medicamentos alopáticos (medicamentos comuns) e fitoterápicos, minerais e vitaminas, também podem ser manipulados. Da mesma forma, os medicamentos homeopáticos também estão disponíveis em farmácias e drogarias que vendem especialidades farmacêuticas industrializadas.

Fonte: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/2963

Quedas em Idosos – Uma Importante Questão Geriátrica e Gerontológica

“Quedas em Idosos” – Uma Importante Questão Geriátrica e Gerontológica Setembro / 2006
Escrito por: Diversos Autores – 10/11/2006
Dr. Jorge Luiz Antolini* Drª. Elisa Maria de Bulhões** Drª. Regina Rodrigues**;

*Médico Homeopata Geriatra
**Médicas Homeopatas

Introdução: O Brasil apresenta atualmente um quadro de transição demográfica caracterizado pelo aumento da população idosa: a garantia de condições saudáveis e boa qualidade de vida são direitos humanos fundamentais.

Dentre os agravos que atingem a 3ª idade, as quedas apresentam elevadas taxas de morbi-mortalidade, incluindo seqüelas físicas (ex: fraturas), psíquicas (ex: a síndrome do “Medo de Cair”) e sociais (ex: aumento da dependência). É importantíssima a conscientização da população e dos profissionais de saúde de que quedas não são uma “fatalidade do destino”, mas um acidente prevenível.
No sentido de avaliar a dimensão do problema em nosso meio, realizou-se o estudo em questão, executado no “Dia do Idoso”, comemorado neste Instituto. A ocasião foi enriquecida pelo diálogo e pela técnica da “Educação Continuada em Saúde” com a abordagem de medidas preventivas para quedas em pessoas idosas, que participaram ativamente da discussão, muitas das quais se tornaram agentes multiplicadores dos conhecimentos adquiridos.

Objetivos – Este trabalho objetiva estudar a prevalência de quedas em pessoas idosas
( acima de 60 anos de idade), autônomas e socialmente ativas.

Material e Método: Trata-se de um estudo de Epidemiologia das Causas Externas aplicada à Geriatria / Gerontologia. Utilizou-se um questionário semi-estruturado, com perguntas objetivas, contemplando as seguintes variáveis: sexo, faixa etária, história de quedas, local do acidente, e número de episódios e presença da Síndrome do “Medo de Cair”. Os entrevistados estavam presentes no evento “O Dia do Idoso”, que ocorreu no Instituto Hahnemanniano do Brasil no dia 27 de setembro de 2006.

Resultado: Foram entrevistadas 35 pessoas idosas: 7 homens e 28 mulheres. A história pregressa de quedas após os 60 anos de idade foi positiva em 22 indivíduos, representando uma freqüência de 62,85%. Destes, 07 eram do sexo masculino e 15 do sexo feminino.
Em relação ao número de episódios, 9 haviam caído apenas 1 vez; 5 duas vezes ou mais e, dentre estas, 8 apresentaram tendência a recidivas (mais de 3 acidentes).
O local mais freqüente foi a rua (n = 10) seguido pelo ambiente doméstico (n = 07); três indivíduos referiram quedas em ambos os locais (casa + rua). Queda de escada do metrô e queda de uma árvore foram relatadas por 2 idosos.
A Síndrome do Medo de Cair caracteriza-se por ansiedade, diminuição da autonomia, aumento da dependência e depressão em idosos, decorrendo do medo de quedas. Foi relatado por 15 pessoas, todas do sexo feminino.

Conclusão: Este estudo aponta a elevada freqüência de quedas em idosos considerados autônomos. A prevenção, baseada principalmente no diagnóstico e tratamento das condições de risco clínico e ambiental, é fundamental.

Tabela I : História Pregressa de Quedas em pessoas idosas.
Fonte : Pesquisa “Quedas na 3ª idade” – Dia do Idoso – 2006
Instituto Hahnemanniano do Brasil

sim não
Faixa Etária Total
60-65 6 3 9
66-70 6 2 8
71-75 4 5 9
76-80 3 2 5
>80 3 1 4
Total= 22 (62,85%) 13 (37,14%) 35 (100%)

Fonte: Pesquisa “ Quedas na 3ª Idade” Dia do Idoso – 2006

História Pregressa de Quedas em Idosos
Fonte:IHB-2006


Tabela II : Quedas na 3ª idade : Números de episódios

Episódios %
01 vez 09 40,09%
02-03vezes 05 22,72%
Mais de 3 vezes 08 36,36%
Total 22 100,0%

Fonte: Pesquisa “ Quedas na 3ª Idade” Dia do Idoso – 2006

Quedas em Pessoas Idosas segundo o N° de Episódios
Fonte : IHB-2006

 

Tabela III : Quedas na 3ª idade : segundo o local de ocorrência

Local %
Casa 07 31,81%
Rua 10 45,45%
Casa x Rua 03 13,63%
Metrô 01 4,54%
Árvore 01 4,54%
Total 22 100,0%

Fontes: Fontes: Pesquisa “ Quedas na 3ª Idade” Dia do Idoso – 2006

Tabela IV : Quedas na 3ª idade : Detecção da Síndrome do Medo de Cair

Masculino Feminino Total
Sim 0 15 15
Não 07 0 07
Total 07 15 22

Fonte: Pesquisa “ Quedas na 3ª Idade” Dia do Idoso – 2006

Agradecimentos: às Sras Cristina Mustafá, Dimitília Pinheiro, Bianca Tambelini e Fabiana Romano pela participação e às pessoas idosas presentes no evento pela ativa colaboração.

 

Fonte: http://www.ihb.org.br/interna.asp?p=artigos&oI=1&idA=13

Posição da AMHB em relação à Portaria Nº 971, publicada no Diário Oficial da União de 4 de maio de 2006

ASSOCIAÇÃO MÉDICA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA

Posição da AMHB em relação à Portaria Nº 971, publicada no Diário Oficial da União de 4 de maio de 2006 que aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde.

Em 2004, com o objetivo de estabelecer processo participativo de discussão das diretrizes gerais da homeopatia, que serviriam de subsídio à formulação da presente Política Nacional, foi realizado pelo Ministério da Saúde o 1º Fórum Nacional de Homeopatia, intitulado “A Homeopatia que queremos implantar no SUS”. Reuniu profissionais; Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde; Universidades Públicas; Associação de Usuários de Homeopatia no SUS; entidades homeopáticas nacionais representativas (Associação Médica Homeopática Brasileira – AMHB e Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas – ABFH); Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems); Conselhos Federais de Farmácia e de Medicina; Liga Médica Homeopática Internacional (LMHI), entidade médica homeopática internacional, e representantes do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (ANVISA).

Deste Fórum saíram as diretrizes em relação à Homeopatia para esta Política, na época Política Nacional de Medicinas Naturais e Práticas Complementares – PNMNPC. A AMHB participou do trabalho de elaboração da parte referente à Homeopatia, através de sua Comissão de Saúde Pública.

Acreditamos que esta política, no que tange à parte referente à Homeopatia, resguarda a qualificação e a habilitação necessárias dos profissionais envolvidos.

A seguir pontuaremos os trechos nesta política que nos permitem este entendimento:

Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde

Considerando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem estimulando o uso da Medicina Tradicional/Medicina Complementar/Alternativa nos sistemas de saúde de forma integrada às técnicas da medicina ocidental modernas e que em seu documento “Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional 2002-2005” preconiza o desenvolvimento de políticas observando os requisitos de segurança, eficácia, qualidade, uso racional e acesso;

Considerando que o Ministério da Saúde entende que as Práticas Integrativas e Complementares compreendem o universo de abordagens denominado pela OMS de Medicina Tradicional e Complementar/ Alternativa – MT/MCA;

Considerando que a Homeopatia é um sistema médico complexo de abordagem integral e dinâmica do processo saúde-doença, com ações no campo da prevenção de agravos, promoção e recuperação da saúde;

Considerando que a melhoria dos serviços, o aumento da resolutividade e o incremento de diferentes abordagens configuram, assim, prioridade do Ministério da Saúde, tornando disponíveis opções preventivas e terapêuticas aos usuários do SUS e, por conseguinte, aumentando o acesso, resolve:

Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo a esta Portaria, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde.

NO ANEXO:

POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS

  1. INTRODUÇÃO

O campo das Práticas Integrativas e Complementares contempla sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar/alternativa (MT/MCA), conforme WHO, 2002. Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas abordagens abrangidas nesse campo são a visão ampliada do processo saúde-doença e a promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado.

No final da década de 70, a OMS criou o Programa de Medicina Tradicional, objetivando a formulação de políticas na área. Desde então, em vários comunicados e resoluções, a OMS expressa o seu compromisso em incentivar os Estados-Membros a formularem e implementarem políticas públicas para uso racional e integrado da MT/MCA nos sistemas nacionais de atenção à saúde, bem como para o desenvolvimento de estudos científicos para melhor conhecimento de sua segurança, eficácia e qualidade. O documento “Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional 2002-2005” reafirma o desenvolvimento desses princípios.

No Brasil, a legitimação e a institucionalização dessas abordagens de atenção à saúde iniciou-se a partir da década de 80, principalmente após a criação do SUS. Com a descentralização e a participação popular, os estados e os municípios ganharam maior autonomia na definição de suas políticas e ações em saúde, vindo a implantar as experiências pioneiras.

Alguns eventos e documentos merecem destaque na regulamentação e tentativas de construção da política (…):

– 1985 – celebração de convênio entre o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), a Fiocruz, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e o Instituto Hahnemaniano do Brasil, com o intuito de institucionalizar a assistência homeopática na rede publica de saúde;

(…)

– Conferências Nacionais de Saúde (8ª/1986, 10ª/1996, 11ª/2000 e 12ª/2003) têm recomendado a incorporação democrática das então chamadas “Práticas Alternativas ou Complementares de Assistência à Saúde”, incluindo a Homeopatia, no SUS;

(…)

– 1988 – Resolução da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (Ciplan) nº 4 de 1988, que fixou as normas e diretrizes para o atendimento em homeopatia na saúde pública;

(…)

– 1999 – Inclusão da consulta médica em homeopatia na tabela de procedimentos do SIA/SUS (Portaria nº 1230/GM de outubro de 1999);

(…)

1.2. HOMEOPATIA

A homeopatia, sistema médico complexo de caráter holístico, baseada no princípio vitalista e no uso da lei dos semelhantes foi enunciada por Hipócrates no século IV a.C. Foi desenvolvida por Samuel Hahnemann no século XVIII. Após estudos e reflexões baseados na observação clínica e em experimentos realizados na época, Hahnemann sistematizou os princípios filosóficos e doutrinários da homeopatia em suas obras Organon da Arte de Curar e Doenças Crônicas. A partir daí, essa racionalidade médica experimentou grande expansão por várias regiões do mundo, estando hoje firmemente implantada em diversos países da Europa, das Américas e da Ásia.

No Brasil, a homeopatia foi introduzida por Benoit Mure, em 1840, tornando-se uma nova opção de tratamento.

Em 1979, é fundada a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB); em 1980, a homeopatia é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (Resolução nº 1000).

A partir da década de 80, alguns Estados e municípios brasileiros começaram a oferecer o atendimento homeopático como especialidade médica aos usuários dos serviços públicos de saúde, porém como iniciativas isoladas e, às vezes, descontinuadas, por falta de uma política nacional. Em 1988, pela Resolução nº 4/88, a Ciplan fixou normas para atendimento em homeopatia nos serviços públicos de saúde e, em 1999, o Ministério da Saúde inseriu na tabela SIA/SUS a consulta médica em homeopatia.

Com a criação do SUS e a descentralização da gestão, foi ampliada a oferta de atendimento homeopático. Esse avanço pode ser observado no número de consultas em homeopatia que, desde sua inserção como procedimento na tabela do SIA/SUS, vem apresentando crescimento anual em torno de 10%. No ano de 2003, o sistema de informação do SUS e os dados do diagnóstico realizado pelo Ministério da Saúde em 2004 revelam que a homeopatia está presente na rede pública de saúde em 20 unidades da Federação, 16 capitais, 158 municípios, contando com registro de 457 profissionais médicos homeopatas. Está presente em pelo menos 10 universidades públicas, em atividades de ensino, pesquisa ou assistência, e conta com cursos de formação de especialistas em homeopatia em 12 unidades da Federação. Conta ainda com a formação do médico homeopata aprovada pela Comissão Nacional de Residência Médica.

  1. OBJETIVOS

 2.1 Incorporar e implementar as Práticas Integrativas e Complementares no SUS, na perspectiva da prevenção de agravos e da promoção e recuperação da saúde, com ênfase na atenção básica, voltada para o cuidado continuado, humanizado e integral em saúde.

2.2 Contribuir para o aumento da resolubilidade do Sistema e ampliação do acesso às Práticas Integrativas e Complementares, garantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança no uso.

  1. DIRETRIZES

 3.1. Estruturação e fortalecimento da atenção em Práticas Integrativas e Complementares no SUS, mediante:

– incentivo à inserção das Práticas Integrativas e Complementares em todos os níveis de atenção, com ênfase na atenção básica;

– desenvolvimento das Práticas Integrativas e Complementares em caráter multiprofissional, para as categorias profissionais presentes no SUS, e em consonância com o nível de atenção;

 OBSERVAÇÃO: em relação à Homeopatia entendemos que quando a presente portaria fala em “caráter multiprofissional” não destoa dos princípios próprios da multiprofissionalidade no SUS de hoje, ou seja, não pressupõe mudança de atribuições/habilitações profissionais, essas regidas pelos respectivos órgãos de categoria. No que se refere à atenção multiprofissional em Homeopatia no SUS, a AMHB entende que a presente portaria está se referindo aos profissionais médicos e farmacêuticos devidamente habilitados, porém cada um em sua área de atuação. Por exemplo, os médicos diagnosticam e prescrevem, os farmacêuticos produzem, estocam e preparam (aviam) as receitas prescritas pelos médicos. Futuramente profissionais odontólogos possivelmente poderão também prescrever em Homeopatia no SUS, no seu contexto de trabalho. Os demais profissionais da equipe de saúde participarão das ações de Educação em Saúde relacionadas, sob coordenação de profissionais homeopatas.

  1. IMPLEMENTAÇÃO DAS DIRETRIZES

4.2. NA HOMEOPATIA

Premissa: desenvolvimento da Homeopatia em caráter multiprofissional, para as categorias profissionais presentes no SUS, e em consonância com o nível de atenção.

Diretriz H 1

Incorporação da homeopatia nos diferentes níveis de complexidade do Sistema, com ênfase na atenção básica, por meio de ações de prevenção de doenças e de promoção e recuperação da saúde.

Para tanto, as medidas a serem adotadas buscarão:

  1. garantir as condições essenciais à boa prática em homeopatia, considerando suas peculiaridades técnicas, Infra-estrutura física adequada e insumos,
  1. apoiar e fortalecer as iniciativas de atenção homeopática na atenção básica, obedecendo aos seguintes critérios:

– priorizar mecanismos que garantam a inserção da atenção homeopática dentro da lógica de apoio, participação e co-responsabilização com as ESF;

– na unidade de atenção básica prestar atendimento, de acordo com a demanda espontânea ou referenciada, aos usuários em todas as faixas etárias;

– no caso da unidade do Saúde da Família (SF) possuir um profissional homeopata como médico do Saúde da Família, a ele deve ser oportunizada a prática da homeopatia, sem prejuízo das atribuições pertinentes ao profissional da estratégia de saúde da família;

  1. apoiar e fortalecer as iniciativas de atenção homeopática na atenção especializada:

– nos ambulatórios de especialidades ou nos centros de referência, prestar atendimento, de acordo com a demanda, aos usuários em todas as faixas etárias e prestar apoio técnico aos demais serviços da rede local;

– em emergências, unidades de terapia intensiva, centros de cuidados paliativos ou em enfermarias hospitalares a homeopatia pode ser incorporada de forma complementar e contribuir para a maior resolubilidade da atenção;

  1. estabelecer critérios técnicos de organização e funcionamento da atenção homeopática em todos os níveis de complexidade, de modo a garantir a oferta de serviços seguros, efetivos e de qualidade, avaliando as iniciativas já existentes nas unidades federadas e com a participação das sociedades cientificas homeopáticas reconhecidas;

 Diretriz H 2

3 – garantir mecanismos de financiamento para projetos e programas de formação e educação permanente, que assegurem a especialização e o aperfeiçoamento em homeopatia aos profissionais do SUS, mediante demanda loco-regional e pactuação nos Pólos de Educação Permanente em Saúde;

Diretriz H 3

 Provimento do acesso ao usuário do SUS do medicamento homeopático prescrito, na perspectiva da ampliação da produção pública.

Para tanto, as medidas a serem adotadas buscarão:

  1. inclusão da homeopatia na política de Assistência Farmacêutica das três esferas de gestão SUS;
  1. contemplar, na legislação sanitária, Boas Práticas de Manipulação para farmácias com manipulação de homeopáticos que atendam as necessidades do SUS nesta área;

Diretriz H 4

Apoio a projetos de formação e de educação permanente, promovendo a qualidade técnica dos profissionais e consoante com os princípios da Política Nacional de Educação Permanente.

Para tanto, as medidas a serem adotadas buscarão:

  1. elaborar material informativo com o objetivo de apoiar os gestores do SUS no desenvolvimento de projetos locais de formação e educação permanente dos profissionais homeopatas, observando: os princípios e diretrizes do SUS; as recomendações da Política de Educação Permanente; os critérios estabelecidos pelas instituições homeopáticas de representação nacional, em termos das habilidades e competências dos profissionais homeopatas; e as diretrizes desta política;

OBSERVAÇÃO: as instituições homeopáticas de representação nacional são a AMHB, a ABFH e a ABCDH, representando os médicos, farmacêuticos e odontólogos, que conforme citado anteriormente trabalharão cada um em sua respectiva área de atuação.

 

  1. promover a inclusão da racionalidade homeopática nos cursos de graduação e pós-graduação strictu e lato sensu para profissionais da área de saúde;
  1. promover a discussão sobre a homeopatia no processo de modificação do ensino de graduação;
  1. fomentar e apoiar junto ao Ministério da Educação projetos de residência em homeopatia;

 Diretriz H 7

 Apoiar o desenvolvimento de estudos e pesquisas que avaliem a qualidade e aprimorem a atenção homeopática no SUS.

Para tanto, as medidas a serem adotadas buscarão:

  1. incluir a homeopatia nas linhas de pesquisa do SUS;
  1. identificar e estabelecer rede de apoio, em parceria com instituições formadoras, associativas e representativas da homeopatia, universidades, faculdades e outros órgãos dos governos federal, estaduais e municipais, visando:

– ao fomento à pesquisa em homeopatia;

– à identificação de estudos e pesquisas relativos à homeopatia existentes no Brasil, com o objetivo de socializar, divulgar e embasar novas investigações;

– criar banco de dados de pesquisadores e pesquisas em homeopatia realizadas no Brasil, interligando-o com outros bancos de abrangência internacional;

  1. priorizar as linhas de pesquisas em homeopatia a serem implementadas pelo SUS, em especial aquelas que contemplem a avaliação da eficácia, da eficiência e da efetividade da homeopatia, visando ao aprimoramento e à consolidação da atenção homeopática no SUS;
  1. apoiar a criação e a implantação de protocolos para avaliação de efetividade, resolubilidade, eficiência e eficácia da ação da homeopatia nas endemias e epidemias;

Do exposto acima infere-se que o incentivo à pesquisa, priorizado nesta Política, possibilitará à Homeopatia, que não o tem recebido nas últimas décadas, incrementar a sua produção de pesquisas, o que por certo mais atestará a sua eficácia e efetividade clínica, posto que o volume de novos estudos, então com incentivo público, possibilitará um maior aporte de revisões sistemáticas e metanálises, estabelecendo assim, ainda maior “comprovação científica” de sua ação.

 

CONCLUSÕES

Através da análise destes trechos desta Política, a AMHB conclui que, em relação a este sistema médico complexo que é a Homeopatia, a presente portaria resguarda a qualificação e a habilitação necessárias aos profissionais de nível superior envolvidos nesta área, quais sejam os profissionais médicos e farmacêuticos, dentre outros que poderão vir a compor a equipe, cada um em sua devida atuação e imprescindíveis para o seu completo e complexo exercício, e indica diretrizes para um bom desenvolvimento do atendimento homeopático e da pesquisa em relação à Homeopatia no SUS.

Quanto aos demais sistemas referidos nesta Portaria, estes não se referem à Homeopatia e portanto compreendemos que devemos nos ater na análise de nossa área de abrangência, respeitando a análise dos colegas especialistas em suas respectivas áreas.

Diretoria da AMHB
Comissão de Saúde Pública da AMHB
Comissão de Ética e Defesa Profissional da AMHB

 

Fonte: http://www.amhb.org.br/home/1/index.html

Jornal da USP – Clínica em Homeopatia

Clínica em Homeopatia

De abril até novembro acontece o 1o Curso de Educação Continuada Prática Clínica em Homeopatia: Casos Clínicos, promovido pela Liga Acadêmica de Homeopatia da Faculdade de Medicina da USP, reunindo renomados médicos homeopatas. A programação abre com o tema Abordagem do Caso Clínico em Homeopatia, com o médico Marcus Zulian Teixeira, coordenador da Liga (dia 3 de abril); e segue com Casos Clínicos em Clínica Geral, com Ariovaldo Ribeiro Filho (dia 17 de abril); em Neurologia com Rubens Dolce Filho (dia 22 de maio); em Clínica Geral com Nicola Tommasino (19 de junho); em Pediatria com Conrado Giovanni Bruno (dia 21 de agosto); em Clínica Geral com Félix Barbosa de Almeida (dia 25 de setembro); em Oftalmologia com Lech Michal Szymanski (dia 30 de outubro); e em Pediatria com Antonio Carlos S. Rezende. As inscrições custam R$ 20,00 (acadêmicos de medicina da FMUSP), R$ 40,00 (acadêmicos) e R$ 80,00 (médicos). Mais informações pelo tel. 3066-7410.

 

Fonte: http://www.usp.br/jorusp/arquivo/2006/jusp754/cursos.htm

Especialista desmistifica a homeopatia em livro

Fundação Faculdade de Medicina

Releases – Janeiro 2006

Especialista desmistifica a homeopatia em livro   

Paulo Rosenbaum acaba de defender sua tese de doutorado na FMUSP
e irá lançar no dia 15 de fevereiro o livro “Homeopatia – Medicina sob medida”

“Homeopatia – Medicina sob medida” (Ed. Publifolha) é o título do livro do médico homeopata Paulo Rosenbaum, que será lançado no próximo dia 15 de fevereiro, a partir das 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista, 2.073. Formado em Medicina pela PUC-SP e doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP, Rosenbaum apresenta neste livro os fundamentos, a abrangência e as perspectivas que a homeopatia oferece enquanto ciência e especialidade médica. “É leitura obrigatória para todos aqueles que pretendem se familiarizar com essa forma de tratamento, para aqueles que a incorporaram de alguma forma ao seu cotidiano e até para aqueles que não a conhecem ou a rejeitam”, recomenda Moisés Goldbaum, secretário de Ciências, Tecnologia e Insumos Estratégico do Ministério da Saúde e professor de Medicina Preventiva da FMUSP.

Apesar de ter sido reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como especialidade médica há uma década e meia, a homeopatia ainda é vista com certa desconfiança, até entre médicos. Nesse trabalho, Paulo Rosenbaum tenta provar que a homeopatia é uma medicina segura e eficaz, baseada em observação clínica e nas narrativas do paciente. O autor define a homeopatia como “a medicina do sujeito”. “A doença não existe sem uma pessoa, um sujeito que lhe dá abrigo. A doença só existe quando há um ser humano com toda sua carga de angústia, afazeres e cercado de um meio, que pode ser mais ou menos hostil, mais ou menos favorável. Tudo isso varia muito, mesmo que o nome da doença seja exatamente o mesmo. O que queremos dizer afinal é que uma doença não tem autonomia, não vive como entidade isolada e seu habitat pode ser confundido por tantos nomes quantos temos de habitantes no globo”, justifica.

O conceito da “medicina do sujeito” também é explorado na tese de doutorado que Rosenbaum defendeu recentemente na Faculdade de Medicina da USP, sob o título “Entre a arte e a ciência: fundamentos hermenêuticos da homeopatia como medicina do sujeito”. A homeopatia, de acordo com Rosenbaum, desenvolveu uma série de percepções relacionadas com o modo particular de adoecer e de se curar de cada um, que foram além do estudo da biomedicina (a forma com que hoje nos referimos à alopatia). Essa forma de tratamento – acrescenta – busca respeitar o tempo e a linguagem com que cada um relata a sua enfermidade. “Uma autêntica medicina baseada em narrativas”, ressalta o homeopata.

A homeopatia valoriza cada detalhe narrado pelo paciente para buscar o medicamento viável para cada caso. “Cada medicamento testado (experimentações ou provings) de acordo com a farmacopéia homeopática (que usa como base importante de sua farmácia ervas e plantas medicinais, mas também medicamentos de origem animal, mineral e sintéticos) registra várias destas sensações peculiares e que distinguem em vários experimentadores. Com isto obtemos efeitos muito favoráveis. Conseguimos com tais efeitos cuidar de pessoas e de suas doenças”, explica Paulo Rosenbaum. Um dos alicerces usados pela homeopatia, segundo o médico, é o princípio dos semelhantes, ou seja, deve se dar algo parecido com a doença ao que adoece para que o mesmo possa reagir. Segundo ele, as vacinas usam um pouco desse raciocínio.
Sobre o autor:

Paulo Rosenbaum é graduado em Medicina pela PUC-SP (1986), Mestre em Medicina Preventiva (1999) e Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP (2005). Atualmente é docente  titular e chefe do Departamento Científico do Instituto de Cultura Homeopática – Escola de Homeopatia, membro do grupo de Racionalidades Médicas (IMS-UERJ), consultor pedagógico do Instituto de Saúde Integral, editor da Revista Cultura Homeopática. Tem experiência na área de Medicina, atuando principalmente nos seguintes temas: Homeopatia, Epistemologia, Vitalismo e Ciências da Saúde. Publicou 20 artigos em periódicos especializados e 6 trabalhos em anais de eventos (3 internacionais). Possui 13 capítulos de livros, 2 livros organizados e 5 livros publicados. Possui 1 produto tecnológico, 1 software e 2 processos ou técnicas. Publicou 2 trabalhos em anais de eventos da Argentina.

30/01/2006

Mais informações:
Serrano & Associados
Contato: Cacilda Luna
Tel.: (11) 3078-2356
E-mail:  cacilda.luna@serranoassociados.com.br

Fonte: http://extranet.ffm.br/saladeimprensa/releases26/316especialistadesmistificaahomeopatiaemlivro.ashx

Medicina Integrativa, política pública de saúde conveniente

Medicina Integrativa, política
pública de saúde conveniente

MADEL THEREZINHA LUZ
PAULO ROSENBAUM
NELSON FILICE DE BARROS

Reprodução: Medicina do Sujeito (www.homeopatia.med.br)

No dia 15 de dezembro de 2005, a 162ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Saúde – instância máxima da representação da sociedade organizada dentro da administração federal – e representantes do Ministério da Saúde aprovaram conjuntamente o texto “Política Nacional de Práticas Integrativas e Medicinas Complementares para o Sistema Único de Saúde”. Construído e amadurecido durante décadas, ele foi fruto da persistência de muitas vozes e instituições preocupadas em estabelecer diretrizes claras, distintas e efetivas que legislassem sobre tema tão importante e controverso.

Madel Therezinha Luz é socióloga e professora titular do Instituto de Medicina Social, UERJ. Trata-se de apontar uma política pública de saúde que defina critérios, normas e prazos para que as medicinas integrativas direcionem seus empenhos também dentro das práticas de saúde pública. Medicina integrativa, nome que veio para corrigir as graves distorções induzidas, ainda que involuntariamente, pelos termos “natural” e “alternativo”. A idéia de uma ação médica integrativa está baseada no conceito desenvolvido por dois autores, Ress e Weil. O primeiro professor do Royal College of Physicians de Londres, UK, o segundo fundador de um programa no ensino médico da Faculdade de Medicina do Arizona. Sugeriram um trabalho transdisciplinar que integrasse efetivamente as várias práticas terapêuticas. Tal modelo foi nomeado como medicina integrativa (“integrative” ou “integrated medicine”) para, de certo modo, fundamentar uma outra concepção e designação para as práticas médicas comumente chamadas de complementares ou alternativas. Os benefícios de atividades médicas como homeopatia, acupuntura e antroposofia ainda são objeto de controvérsias mais passionais do que científicas.

Entretanto há uma outra via pela qual se pode atestar sua importância: a progressiva demanda e o crescente grau de satisfação entre seus usuários conforme dados recentes (2004) da união européia asseguram. Não é pouco, considerando os aspectos que têm validado estas racionalidades médicas de forma consistente nas sociedades contemporâneas em todas as regiões do planeta.

Vale ressaltar que independentemente de posicionamentos favoráveis ou contrários, há que se contar com um mecanismo regulador, que ao mesmo tempo controle e fomente as pesquisas neste campo da medicina. Pesquisas que analisem a consistência epistemológica e a eficácia clínica destes métodos. Mas que levem em consideração a racionalidade adotada em um desenho epidemiológico congruente com eles. Que una farmaco-economia às técnicas psicométricas. Técnicas que, aliás, vêm sendo colocadas como parâmetros cada vez mais usados em sociedades industrializadas para mensurar “qualidade de vida em saúde”, ampliando radicalmente o escopo operacional da transdisciplinaridade, grande área do saber, ainda subestimada.

Paulo Rosenbaum é médico e doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP. A medicina integrativa foi mencionada de forma surpreendentemente elogiosa no último relatório da Academia de Ciências Americana, publicada em 2005. Ora, por que uma comunidade de cientistas de uma sociedade altamente industrializada e sob notável desenvoltura biotecnológica resolveu emitir este parecer? Decerto há mais motivos do que aqueles que podemos listar aqui. Destarte, o relatório afirma que é por oferecer para as pessoas aquilo que a biomedicina deixou de fornecer. Não porque a medicina integrativa subscreva uma tese salvacionista. Muito mais porque ao se preocupar com o que a tecnociência deixou de lado, tais medicinas inseriram um importantíssimo contexto benévolo na relação médico-paciente. Ofereceram acolhimento e cuidados de maior amplitude à multiplicidade de queixas clínicas, que antes eram apenas relegados como “resíduos” do mal-estar contemporâneo. Enfatizaram o valor da cura e no cuidar, encorajando expectativas positivas e solidariedade nos pacientes. Tornaram-se assim autênticas medicinas baseadas em narrativas, resgatando o sujeito, sua singularidade e integralidade para a prática clínica.

Vista desta perspectiva a mentalidade integrativa está longe de ser uma prática que instigue sectarismo ou confronto com o que a medicina moderna representa. A medicina integrativa defende o resgate do sujeito independentemente da linha terapêutica que cada médico ou agente da saúde adota. Por isso mesmo o documento aqui mencionado torna-se tão vital. O texto “Política Nacional de Práticas Integrativas e Medicinas Complementares para o Sistema único de Saúde”, assinado e devidamente publicado em Diário Oficial por meio da portaria Nº 971 de 03 de maio de 2006 do Ministério da Saúde, deve agora ser implantado gradualmente com o apoio da sociedade e das Instituições Científicas que elaboraram o Projeto. A sociedade não pode mais esperar e saberá saudar a vida prática desta decisão.

Nelson F. de Barros é sociólogo e professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Ciências Médicas da UnicampÉ fundamental destacar, ainda, as diretrizes doutrinárias da Política. A primeira considera a “estruturação e fortalecimento da atenção em Práticas Integrativas e Complementares (PIC) no SUS”, mediante: inserção em todos os níveis de atenção, com ênfase na atenção básica; estabelecimento de mecanismos de financiamento; elaboração de normas técnicas e operacionais para implantação; e articulação com as demais políticas do Ministério da Saúde. A segunda “propõe o desenvolvimento de estratégias de qualificação em PIC, em conformidade com os princípios da Educação Permanente”. A terceira incentiva a “divulgação e a informação dos conhecimentos básicos das PIC para profissionais de saúde, gestores e usuários”, mediante: apoio técnico ou financeiro a projetos de qualificação de profissionais da área de informação, comunicação e educação popular; elaboração de materiais de divulgação; apoio a informação e divulgação em diferentes linguagens culturais; e apoio a experiências de educação popular. A quarta estimula “ações intersetoriais, buscando parcerias que propiciem o desenvolvimento integral”. A quinta “propõe o fortalecimento da participação social”. A sexta ressalta o “provimento do acesso e ampliação da produção pública de medicamentos homeopáticos e fitoterápicos”, mediante: elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais e da Relação Nacional de Fitoterápicos; cumprimento dos critérios de qualidade, eficácia, eficiência e segurança no uso; e cumprimento das boas práticas de manipulação. A sétima garante o “acesso aos demais insumos estratégicos das PIC, com qualidade e segurança das ações”. A oitava “incentiva a pesquisa em PIC com vistas ao aprimoramento da atenção à saúde, avaliando eficiência, eficácia, efetividade e segurança dos cuidados prestados”. A nona propõe o “desenvolvimento de ações de acompanhamento e avaliação das PIC”. A décima promove a “cooperação nacional e internacional nos campos da atenção, educação e pesquisa”. Por fim, a décima primeira “garante o monitoramento da qualidade dos fitoterápicos pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária”.

O documento ora sancionado salvaguardará, portanto, todos. Contemplará tanto o ceticismo cauteloso que desconfia, como a credulidade entusiasta daqueles que já incorporaram práticas integrativas em suas vidas. Para os primeiros, o documento oferece garantias de que o Estado oferecerá apoio para pesquisas e disporá de um rigor e de um olhar mais atentos à matéria. Para os segundos produzirá um maior número de serviços e um incremento na qualidade ofertada em redes públicas. De qualquer forma, é patente o interesse plural, da sociedade e da República, nesta lei. Ao fim e ao cabo todo médico que vivencia a boa prática clínica sabe que devemos mesmo priorizar o que convém a cada paciente. Síntese que está contida no terceiro princípio hipocrático: “quando nem os contrários nem os semelhantes curam, o que convém é o que cura”.

 

Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/agosto2006/ju334pag2a.html

Novo Curso de Pós–Graduação: Farmácia Homeopática

Foto: Aline C. Abdala
Prof. Paulo Miele e Profª Márcia Gutierrez
Novo Curso de Pós–Graduação: Farmácia Homeopática

As Faculdades Oswaldo Cruz, por meio de sua unidade da Pós–Graduação, oferece a partir de 1º Semestre o Curso de Farmácia Homeopática.

O programa de Pós–graduação em Homeopatia tem como objetivo a formação de farmacêuticos especializados na produção, controle e garantia de qualidade, gestão no comércio farmacêutico, dispensação e acompanhamento farmacoterápico de produtos farmacêuticos homeopáticos. Essas habilidades são necessárias para promover, proteger e recuperar a saúde individual e coletiva no âmbito da homeopatia, em conformidade com requisitos normativos regulamentares.

O Curso será coordenado pela Profª Márcia Aparecida Gutierrez, que concedeu uma entrevista ao Portal e falou sobre a posição da Farmácia Homeopática no Brasil.

Portal: Qual é a situação do mercado da Farmácia Homeopática hoje? Qual é a evolução deste segmento?
Márcia: Existem duas situações, a primeira é que temos o privilégio de uma legislação que protege a homeopatia, principalmente na área de farmácia, onde hoje o profissional farmacêutico para ser responsável técnico por uma farmácia homeopática, precisa ser especialista em homeopatia e seguir alguns requisitos que são definidos pelo Conselho Federal de Farmácia – CFF como, por exemplo, fazer um curso de especialização como o que estamos tendo a oportunidade de realizar aqui nas Faculdades Oswaldo Cruz. A homeopatia que se faz no Brasil, tanto na medicina, na veterinária, na odontologia ou na farmácia, é uma das melhores do mundo e o país tem sido vitrine deste belíssimo trabalho para outros países. Medicinas não convencionais estão em expansão em todo o mundo e com isso a homeopatia também vem se destacando. O modelo de farmácia homeopática que temos há mais de 20 anos em nosso país também causa muito interesse. Na sua grande maioria são pequenos estabelecimentos de propriedade de farmacêuticos, que se mantêm presentes não só no controle de processo, mas também no atendimento ao cliente. Cuidados com o paciente são o foco da Atenção Farmacêutica tão divulgada ultimamente, mas que na homeopatia já fazemos há muito tempo. A tendência é que este modelo se mantenha e se fortaleça pelo trabalho que vem sendo desenvolvido no Brasil.

Portal: Qual é a importância do novo Curso de Pós–Graduação ter o convênio com entidades como ABFH – Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas, APFH – Associação Paulista de Farmacêuticos Homeopatas e Instituto de Cultura Homeopática?
Márcia: A ABFH é a entidade nacional que representa o farmacêutico homeopata e ela conta com uma Comissão de Ensino cujas atividades estão voltadas à definição de um currículo mínimo para a formação do especialista em homeopatia dentre outras. O Plano de Ensino para o Curso oferecido pelas Faculdades Oswaldo Cruz obedece a todos os requisitos estabelecidos e aprovados por essa comissão. A APFH tem uma representação Estadual que com a parceria com uma Faculdade de Farmácia de prestígio como a FOC certamente se fortalecerá. O ICEH, que deriva do curso de formação oferecido desde 1989 pela APH–Associação Paulista de Homeopatia , contribui nesse processo com professores de experiência no ensino altamente qualificado da homeopatia. Renomados profissionais que atuam na área atualmente foram formados pelo grupo de professores que fará parte do corpo docente aqui nas Faculdades Oswaldo Cruz.

Portal: O que significa ministrar o curso de Pós–Graduação de Farmácia Homeopática nas Faculdades Oswaldo Cruz, que é referência de excelência nos cursos de graduação em Farmácia no país?
Márcia: Ter um curso de especialização ligado a uma instituição de ensino superior é fundamental para consolidar o trabalho feito pelas entidades promotoras desse curso. Estar ligado as Faculdades Oswaldo Cruz é mais que isso, pois agregará um maior valor, já que se trata de uma renomada instituição de ensino com ênfase na área de farmácia. Promover o Curso de Especialização em Farmácia Homeopática nas Faculdades Oswaldo Cruz trará maior visibilidade não só para os grupos envolvidos, mas principalmente para a homeopatia que na verdade é nosso maior e principal interesse.

Portal: Existe alguma rejeição dos farmacêuticos magistrais em relação aos farmacêuticos homeopatas?
Márcia: Não, pelo contrário. Acredito que estamos no momento da parceria em diversos ramos da atividade profissional. Podemos dizer que a farmácia magistral e a homeopática são parceiras e têm trabalhado juntas na promoção da saúde e da qualidade de vida da população. A profissão do farmacêutico é muito eclética e dentro dela cabem todos os espaços farmacêuticos, que estão muito bem definidos. A homeopatia é um espaço consagrado há muito tempo, assim como a farmácia magistral. Em ambos os espaços, o farmacêutico é a figura principal e trabalha com a mesma finalidade. A homeopatia e alopatia sempre trabalharam em conjunto, nunca em contraposição. Os espaços existem e são convergentes e não divergentes.

Portal: Qual é a diferença básica entre a Farmácia Homeopática e a Magistral?
Márcia: A Farmácia Única, ou seja, que prepara medicamentos convencionais e homeopáticos parece ser uma realidade nacional e vem se consolidando dia a dia. Com isso, a necessidade de mercado por especialistas nas duas áreas, Farmácia Magistral e Homeopática, aplicando conhecimentos e favorecendo o mercado farmacêutico. Mais importante ainda é ter esse profissional especializado à disposição do paciente seja ele convencional ou homeopatizado.

Currículo Resumido
Márcia Aparecida Gutierrez é Farmacêutica–Bioquímica graduada pela USP. Especialista em Homeopatia pelo Instituto François Lamasson; Diretora do ICEH e Coordenadora do curso de especialização em farmácia homeopática do ICEH – Instituto de Cultura Homeopática – Escola de Homeopatia; Presidente da APFH – Associação Paulista de Farmacêuticos Homeopatas; Ex–Presidente da Comissão Científica e membro da Comissão de Pesquisa da ABFH – Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas; Membro do Grupo de Pesquisa em Homeopatia da UNIMEP; Diretora Técnica e Administrativa da Farmácia Sensitiva.

Publicado por: Aline Campos Abdala  em: 30/11/2005

Fonte: http://www.oswaldocruz.br/conteudo_imprimir.asp?id_conteudo=6314

Expointer 2005: Palestras abordam uso da homeopatia e nova regulamentação do diagnóstico de brucelose e tuberculose

Publicação 28.08.2005 às 09:23

Expointer 2005: Palestras abordam uso da homeopatia e nova regulamentação do diagnóstico de brucelose e tuberculose

No segundo dia do Ciclo de Palestras do Rincão da Pesquisa (30.08), promovido pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), a homeopatia em rebanhos e a nova regulamentação quanto o diagnóstico de brucelose e tuberculose são os assuntos abordados por veterinários na 28ª Expointer. As apresentações começam às 10h, na quadra 13 do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).

O primeiro trabalho mundial de homeopatia realizado em animais de produção foi realizado no Brasil em 1989 pelo pesquisador Cláudio Martins Real, que vai apresentar a utilização do tratamento incorporado em suplementos minerais, um método terapêutico que a médio prazo estimula as células de defesa do animal. Atualmente sediado em Campo Grande, Real é ex-professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), instituição na qual iniciou os primeiros estudos sobre o tema há mais de quatro décadas.

Segundo Real, os primeiros resultados podem ser observados com 60 dias de utilização da homeopatia. Outra vantagem apontada pelo veterinário é a redução do estresse do manejo provocado pelos tratamentos químicos feitos no curral.

O mercado brasileiro já conta com núcleos homeopáticos para o controle das principais doenças da pecuária de corte e leite, como as verminoses, carrapatos, mosca-de-chifre, mastite e estímulo à fertilidade nas fêmeas em reprodução.

Um outro destaque do Ciclo de Palestras é a orientação sobre a nova regulamentação para o diagnóstico da brucelose e da tuberculose nos rebanhos. De acordo com a veterinária Maria Angélica Zollin de Almeida, a Instrução Normativa de número 59 da Secretaria de Defesa Agropecuária determina que a partir de agosto somente os profissionais credenciados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) poderão comprar os antígenos para o combate às moléstias. Com a nova diretriz, os veterinários precisam comprovar ter todos os equipamentos necessários para a execução dos testes com os animais e domínio da padronização dos procedimentos de trabalho.

A brucelose, causada pela bactéria Brucella abortus, atinge especialmente os bovinos, provocando distúrbios reprodutivos tais como partos prematuros, retenção de placenta, endometrites e abortos, com freqüência no sétimo mês de gestação. As principais vias de contaminação são água, alimentos e pastos infectados com restos de placentas, sangue e líquidos de abortos. Mas as transmissões pela monta com touros contagiados ou por meio da inseminação artificial também são possíveis. É que os machos infectados apesar de não terem sintomas tão evidentes quanto as fêmeas, conseguem hospedar a bactéria, desenvolvendo outros sinais, como as orquites e epididimites uni ou bilaterais. No caso da inseminação, a bactéria resiste ao congelamento e ao descongelamento juntamente com o sêmen. Entre os cuidados que os pecuaristas devem ter estão a imunização com a vacina B19 e os exames periódicos para monitorar possíveis bovinos contaminados.

Nos animais portadores da tuberculose bovina, há a presença de lesões nodulares denominadas tubérculos. Essas lesões podem ser localizadas em qualquer órgão do animal. No entanto, os sintomas aparecem, geralmente, no estágio final da doença. O animal também costuma sofrer grande perda de peso e da produção de leite, podendo apresentar inflamação da glândula mamária. A transmissão mais comum ocorre pelo ar. Contudo a bactéria Micobacterium bovis pode ainda ser transmitida por via entérica (pelo intestino). Como na brucelose, o tratamento preventivo é a melhor alternativa.

A segunda edição do Ciclo de Palestras do Rincão da Pesquisa acontece de segunda a sexta, sempre com entrada franca.

Jornalista responsável:
Clarissa Bem (MtB 8524/RS)
Os textos e o banco de imagens da Agência Fepagro podem ser reproduzidos gratuitamente. Para mais informações à imprensa, o contato pode ser feito pelo telefone (051) 3288.8052 ou pelo e-mail agencia-fepagro@fepagro.rs.gov.br.

 

Fonte: http://www.fepagro.rs.gov.br/conteudo/618/?Expointer_2005%3A_Palestras_abordam_uso_da_homeopatia_e_nova_regulamenta%C3%A7%C3%A3o_do_diagn%C3%B3stico_de_brucelose_e_tuberculose

Leia a íntegra do bate-papo com o homeopata Marcus Zulian

15/06/2005 – 17h13
Leia a íntegra do bate-papo com o homeopata Marcus Zulian

Veja a entrevista em vídeo

Da Redação

No programa “Consulta Médica” desta quarta-feira, Lillian Witte Fibe recebe o médico Marcus Zulian Teixeira, homeopata da USP. Ele respondeu à dúvidas dos internautas sobre tratamentos homeopáticos, as contradições levantadas pelos cientistas, entre outros assuntos desta que já é considerada uma especialidade médica. Acompanhe a íntegra do bate-papo.

(03:32:01) Nara pergunta para Marcus Zulian: Homeopatia é bom para artrite reumatóide?

(03:49:49) Marcus Zulian: Nara, a homeopatia pode auxiliar, coadjuvar no tratamento de qualquer doença, no bem-estar do paciente. No caso da artrite pode ter essa atuação coadjuvante, de repente ajudando a não tomar tanto antiinflamatório.

(03:32:06) mina fala para Marcus Zulian: Gostaria de saber se a homeopatia ajuda na perda de peso juntamente com uma dieta

(03:52:30) Marcus Zulian: mina, junto com a dieta, sim. A ansiedade é um dos fatores de obesidade. Você consegue na homeopatia atuar nos aspectos psíquico-emocionais, no humor… Isso junto com dieta, exercícios físicos ajuda. Mas não há um remédio de homeopatia específico para emagrecer.

(03:32:14) Claudina fala para Marcus Zulian: Boa Tarde, minha filha tem 3 anos e esta muito nervosa posso acreditar no tratamento com florais p/ acalma-la? e qual posso usar?

(03:55:11) Marcus Zulian: Claudina, floral não tem nada a ver com homeopatia. Bach, que foi quem inventou os florais de Bach, era um homeopata com uma doença terminal. Com sensibilidade aumentada por estar nessa fase da doença, ele começou a sentir algumas emoções ao se aproximar de certas flores. Isso foi já no século 20. Só que não existem pesquisas com florais. Eu não uso, tenho algumas críticas, mas aí é uma longa história.

(03:32:22) Etérea fala para Marcus Zulian: Boa tarde Dr. Marcus! Posso tratar hérnia de disco e artrose na coluna cervical através da homeopatia?

(03:56:13) Marcus Zulian: Etérea, ela pode lhe ajudar amenizar alguns sintomas, isso depois de seu reumatologista confirmar que não é caso de cirurgia, depois de ele lhe indicar uma fisioterapia e tal. A homeopatia não elimina exames laboratoriais, uma consulta clássica.

(03:32:59) Kent fala para Marcus Zulian: Boa tarde, Dr Zulian.o senhor é unicista?

(04:01:40) Marcus Zulian: Kent, sim, unicista é aquele que usa um remédio por vez. Você precisa de um tempo grande para conhecer aquele paciente e buscar as características dele, para ter um modelo a seguir. O problema de misturar é que não se sabe qual desses remédios fez efeito, não há experimentação com esses remédios misturados. Mas pode-se usar… O que acontece é que às vezes o colega não tem tempo para fazer uma consulta mais longa, tem que atender e 10 minutos, fica em dúvida entre quatro ou cinco remédios e resolve mistura-los.

(03:33:04) Carmem pergunta para Marcus Zulian: gostaria de saber se a homeopatia é eficiente no tratamento da sindrome do pânica e na depressão?

(04:02:49) Marcus Zulian: Carmem, pode ser utilizada, sim.

(03:33:19) Marcelo fala para Marcus Zulian: Tenho alguma dificuldade em entender como a Homeopatia pederia resolver dor aguda, como por exemplo, a cólica renal. Obrigado desde já.

(04:12:20) Marcus Zulian: Marcelo, alguns medicamentos quando foram experimentados causaram sintoma semelhante aos das cólicas renais. Por isso é que a homeopatia pode ajudar, desde que seja encontrado o remédio certo. O problema de casos agudos é que às vezes não se tem tempo de escolher o remédio mais indicado… Tem que pôr na balança o risco-benefício. Há colegas que usam a homeopatia em pronto-atendimento: eles indicam um remédio que seria ideal e deixam o paciente em observação para ver se funcionou. Tem que respeitar o quanto o paciente pode esperar. O ideal é que você procure fazer o tratamento homeopático enquanto não está em crise, até pra ajudar na formação desse cálculo. Desde que chegue no remédio ideal, pode haver resposta tanto em casos crônicos como na aguda.

(03:33:23) valterqueiroz fala para Marcus Zulian: é possível tratar cólicas para bebês de 40dias ????

(04:13:15) Marcus Zulian: valterqueiroz, é sim, acho que você vai se surpreender se procurar um pediatra homeopata. Tanto em gestantes, lactentes e em crianças a dificuldade é justamente que os remédios alopáticos têm grandes efeitos colaterais. Então a homeopatia aparece como essa alternativa.

(03:44:53) mulher fala para Marcus Zulian: homeopátia pode tratar tendinite??

(04:16:47) Marcus Zulian: mulher, sim. Você terá um processo agudo de inflamação e poderá contar com antiinflamatórios para ajudar e até uma homeopatia. Existem remédios homeopáticos que têm essa ação antiinflamatória. Os ortopedistas indicam cada vez mais a arnica montana, por exemplo, tem sido cada vez mais indicada para pacientes idosos. Mas essa é a idéia do geralzão, muitas vezes não vai funcionar. Fica difícil dizer tome isso ou aquilo, é preciso individualizar o remédio…

(03:46:45) Cáca fala para Marcus Zulian: Faço tratamento de homeopatia para enxaqueca e só agora , depois de um ano fui ter melhoras , por quê

(04:19:11) Marcus Zulian: cáca, porque agora é que seu homeopata conseguiu chegar no remédio ideal para você. Esse tempo de seis meses a um ano é um tempo pertinente para o tratamento homeopático.

(03:51:40) juju pergunta para Marcus Zulian: sofro de bruxismo e sou muito tensa, a homeopatia ajudaria no meu caso

(04:19:11) Marcus Zulian: juju, ranger dente, o chamado bruxismo, é uma caracteristica que ajudam a gente a escolher o remédio. Há uns 30, 40 remédios que causaram bruxismo no experimentador. Tudo o que é despertado no experimentador sadio é usado para tratar o paciente. Isso é a homeopatia.

(03:51:47) Gilbert pergunta para Marcus Zulian: Qual a diferença entre Homeopatia e Fitoterapia

(04:20:10) Marcus Zulian: Gilbert, a fitoterapia atua com os mesmos princípios contrários da medicina convencional, só que usando substâncias naturais, plantas. A homeopatia não usa só plantas, ela usa várias substâncias, algumas animais, até chumbo, arsênico…

(03:52:13) Nara pergunta para Marcus Zulian: Dr.Zulian, pelo que eu entendi, a homeopatia seria introduzida mas sem abandonar os remédios alopáticos, no meu caso de artrite. É isso?

(04:21:12) Marcus Zulian: Nara, quando te dou um remédio eu não sei se ele vai fazer efeito ou não. Então jamais eu suspendo qualquer remédio que a pessoa esteja tomando. Quando encontro o remédio certo, aos poucos, desde que seja possível vou retirando o que ele já vinha tomando. Infelizmente, é empírico: é dar e ver a resposta.

(04:03:03) Marilia pergunta para Marcus Zulian: Tenho um filho de 07 anos com déficit de atenção. Como a homeopatia poderá ajudá-lo? Ouvi falar de crianças que obtiveram ótimos resultados. Por favor, me oriente.

(04:21:50) Marcus Zulian: Marilia, procure um médico homepata. É preciso juntar esses sintomas a outras características de seu filho, para chegar a um remédio de fundo.

(04:03:13) Lala fala para Marcus Zulian: No caso de usuário de drogas a homeopatia trata?

(04:26:28) Marcus Zulian: Lala, é um vício e esse vício está implicado geralmente a problemas psiquico-emocionais da pessoa. É difícil dizer que trata… Eu já tive pacientes dependentes químicos, mas às vezes pode não se chegar a um remédio certo. Mas é difícil que a homeopatia não ajude em nada.

(04:03:37) saoroquinho fala para Marcus Zulian: doutor, eu para tratar de gripe tomo cha de alho?resolve , mas acho que nao sigo corretamente o uso, poderia dar alguma indicacao?

(04:26:48) Marcus Zulian: saoroquinho, isso é fitoterapia, não homeopatia.

(04:05:07) Mario_Scalisse fala para Marcus Zulian: O que é importante saber antes de iniciar um tratamento homeopático?

(04:28:39) Marcus Zulian: Mario_Scalisse, você precisa se conhecer e estar disposto a responder às perguntas de seu médico. Não pense que ele quer saber da sua vida, é curioso ou está julgando alguma coisa… Até falo para meus pacientes darem uma olhada no meu site (www.homeozulian.med.br) antes de virem à consulta.

(04:29:28) Moderador UOL News: Veja mais informações sobre homeopatia no o site do dr. Zulian

(04:34:10) Marcus Zulian: Obrigado a todos pelas perguntas e até uma próxima oportunidade!

 

Fonte: http://noticias.uol.com.br/uolnews/saude/2005/06/15/ult2750u39.jhtm

Estudantes querem Homeopatia e Acupuntura no currículo de cursos de Medicina

São Paulo, 07/06/2005 – Boletim nº 1641

Estudantes querem Homeopatia e Acupuntura no currículo de cursos de Medicina

Da Redação, Agência USP

Uma pesquisa feita com 484 alunos de graduação da Faculdade de Medicina (FM) da USP revelou que 56% dos entrevistados estão interessados em aprender Acupuntura e Homeopatia. O estudo, publicado no São Paulo Medical Journal, aponta que 85% dos estudantes querem que as especialidades integrem os cursos médicos, seja de forma opcional (72%) ou obrigatória (19%). As duas disciplinas integram o currículo da FM desde 2002, como matérias optativas.

Coordenado pelo médico homeopata Marcus Zulian Teixeira, doutorando do Departamento de Clínica Médica da FM, o estudo avaliou as atitudes dos alunos diante da inserção da Homeopatia e Acupuntura no currículo. “No Brasil, apesar das duas especialidades serem oficializadas desde 1980 e 1995, elas não são ensinadas na maioria das faculdades de Medicina”, explica. “Os futuros médicos são privados de práticas de baixo custo, sem efeitos colaterais e que podem ser usadas em inúmeras doenças crônicas.”

Apesar de 76% dos entrevistados terem nenhum ou pouco conhecimento sobre Homeopatia e Acupuntura, 67% atribuíram algum grau de eficácia às terapêuticas, tendo como principais indicações as doenças crônicas, isoladamente (37%) ou englobando também as doenças agudas (29%). A pesquisa foi feita junto a alunos do primeiro ao sexto ano da FM, sendo 59% do sexo masculino e 40% do feminino.

Aplicação
Os entrevistados responderam um questionário sobre o interesse no aprendizado dessas práticas, forma de ensino, nível de conhecimento e forma de aquisição. Também foi perguntada a experiência com Acupuntura e Homeopatia em si próprios ou em pessoas próximas, principais indicações e eficácia geral, além da possibilidade de oferecimento e integração junto aos serviços públicos de saúde.

Entre os alunos pesquisados, 35% defenderam a incorporação da Homeopatia e da Acupuntura nos serviços públicos de saúde, enquanto que 34% defenderam a disponibilização também em hospitais. A possibilidade de integração com a prática médica tradicional é aceita por 60% dos entrevistados.

Segundo Marcos, o levantamento confirma estudos semelhantes aplicados em outros países, que mostram o interesse dos estudantes de Medicina no aprendizado de práticas não-convencionais em saúde. “Os resultados apontam a necessidade de incorporação dessas disciplinas aos currículos das faculdades de Medicina do Brasil,” conclui.

Fonte: Assessoria de Imprensa da FMUSP

Mais informações: (0XX11) 3083-5243, com Marcos Zulian Teixeira

Fonte: http://www.usp.br/agen/bols/2005/rede1641.htm#segdestaq